Secretário-geral da UCCLA defende que “falar da lusofonia é falar do futuro”

Lisboa, 07 Abr (Inforpress) – O secretário-geral da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA), Vitor Ramalho, defendeu hoje em Lisboa que falar hoje da lusofonia é falar do futuro, por várias razões, como é o caso da língua.

Vitor Ramalho defendeu essa ideia na sua intervenção durante a sessão de abertura da 5ª edição do Fórum Permanente – Debates da Lusofonia, que tem como tema “A língua portuguesa, a lusofonia e o bicentenário do Brasil” e que teve lugar no auditório da UCCLA, em Lisboa.

“Falar da lusofonia é falar do futuro. Queremos começar a priorizar isso com atenção, como forma de afirmação no mundo”, disse, justificando que todos os países que falam o português fazem fronteira com o mar, “que é a riqueza do futuro”, porque é por onde transita mais de 90 por cento (%) das mercadorias que se comercializam no mundo.

Segundo o responsável máximo da UCCLA, a língua portuguesa também é uma “afirmação” no mundo, juntamente com os povos dos países de língua oficial portuguesa, por ser a quarta língua mais falada do mundo e em crescimento e a primeira língua do Atlântico Sul.

“Ao comemorarmos hoje a língua portuguesa, devemos ter presentes que cresceu em exponencial depois das independências, porque passou a ser a língua materna em muitos países”, lembrou Vitor Ramalho, sublinhando que Amílcar Cabral já dizia que “todos os povos de língua portuguesa, mais do que falar, pensam em língua portuguesa”.

Neste sentido, a língua “entronca” em todos os domínios, como a literatura, a gastronomia ou a música, esta última que faz com que todos os músicos tenham um “domínio comum” e que o fado e a samba “nasceram do convívio e da miscigenação” que ocorreram nos países de língua portuguesa, assim como a morna que é hoje reconhecida como Património Imaterial da Humanidade.

Ideia semelhante foi defendida pela mentora da Gala Prémios da Lusofonia, Isabel Leitão, que disse que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) desempenha um “papel fulcral” no fortalecimento dos laços entre os países lusófonos espalhados pelos quatro continentes e “unidos por um passado e uma história em comum”.

“A promoção da língua é um elemento impulsionador desta comunidade e continua a ser uma mais-valia, facilitando o acesso a novos mercados e a novas oportunidades de negócio”, afirmou, frisando que neste século XXI, a visibilidade da língua portuguesa é impulsionada pela música, literatura, artes plásticas, dança, cinema, gastronomia e desporto.

Por usa vez, o coordenador do Fórum Permanente – Debates da Lusofonia, Mário Máximo, considerou que a lusofonia existe, por causa de uma “trajectória que a língua portuguesa tem como traço da união”, ligando os seus povos pela “pela comunhão histórica e dos afectos”.

O primeiro painel do debate teve a participação do professor de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira Edmilson Caminha, e do embaixador do Brasil e presidente do Observatório da Língua Portuguesa, Lauro Moreira,

O segundo painel teve intervenções de Gonçalo Mello Mourão, embaixador do Brasil e coordenador-adjunto do grupo de trabalho do bicentenário do Brasil no Itamaraty, e Ana Paula Laborinho, directora do escritório em Portugal da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI).

A 4ª edição do Fórum Permanente – Debates da Lusofonia aconteceu em Julho de 2021, subordinado ao tema “Competitividade estratégica e visões do futuro nos 25 anos da CPLP”.

DR/ JMV
Inforpress/Fim

Facebook
Twitter
  • Galeria de Fotos