São Vicente: Três das 60 famílias seleccionadas em Monte Sossego aderiram ao projecto Bolsa de Troca Virtual Comunitário

Mindelo, 24 Mi (Inforpress) – O líder da Associação Comunitária Alt Bomba Unid, Aldevino Fortes, disse hoje à Inforpress que apenas três das 60 famílias da zona de Monte Sossego, em São Vicente, aderiram ao projecto Bolsa de Troca Virtual Comunitário.

Segundo o líder associativo, a Bolsa de Troca Virtual Comunitário é um projecto criado em parceria com as Aldeias Infantis SOS e que consiste numa loja social virtual através da qual as famílias solicitam materiais para a melhoria habitacional e em troca oferecem serviços, bens e produtos, sem necessidade de usar dinheiro.

“Se as famílias com quem nós trabalhamos têm falta de materiais de construção, blocos, cimento, areia, sanitários ou qualquer coisa que elas precisam nas suas casas, elas nos procuram com uma proposta, podem fazer o orçamento dos materiais nalguma drogaria, e nós mobilizamos esses materiais e as famílias oferecem outros produtos ou serviços em troca”, explicou.

Conforme Aldevino Fortes, se as famílias não conseguirem oferecer um utensílio para liquidar o valor dos materiais oferecidos, elas têm de prestar serviços em empresas ou em casas como diaristas. O valor do serviço, adiantou, será pago directamente à associação para alimentar o fundo para aquisição de novos materiais para ajudar outros agregados.

“Queremos ajudar as famílias, desta forma, para que não tenham custos caso queiram remodelar as suas casas ou fazer algum tipo de reparação. Sabemos que o custo dos materiais é incomportável para muitas famílias, principalmente as mais pobres que devem dar prioridade à compra de alimentos. Então, em vez de pagarem com dinheiro, elas prestam serviço ou doam um mobiliário que não precisam”, acrescentou lamentando, no entanto, a fraca adesão por parte das famílias e empresas.

“Das 60 famílias seleccionadas, apenas três participaram. Mas elas têm que liquidar as suas trocas para poderem pedir uma nova. Isso tem que partir do esforço das mesmas, elas não estão a conseguir prestar o serviço, mas têm que procurar outra maneira de liquidar para avançar para outro. Também temos sentido grande dificuldade em colocar as pessoas para prestar serviços nas empresas porque elas não estão a aderir e sempre dizem que já têm os seus colaboradores”.

Para Aldevino Fortes, a ideia é expandir este projecto, que está a decorrer há cerca de três meses, pelo que há necessidade do esforço das famílias em liquidar o serviço, quando forem beneficiadas, e das empresas em abrir as suas portas para ajudar na viabilidade do projecto.

“Temos que incentivar a troca, porque não queremos promover o assistencialismo, ainda mais porque estamos numa sociedade em que não se costuma fazer a devolução. As pessoas estão acostumadas a apenas receber e não dar nada em troca. A empresa também tem que ter abertura para chegar até nós e pedir serviços que serão prestados por estas famílias”, arrematou a mesma fonte.

CD/ZS

Inforpress/Fim

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