Mindelo, 02 Out ( Inforpress) – O secretário de Estado da Economia Agrária disse hoje que São Vicente tem tudo para dar certo nesta nova filosofia onde se passará a depender muito menos das chuvas mas da água que existir para a agricultura.
Miguel Moura falava à imprensa, na Ribeira do Calhau, à margem da visita que realiza a São Vicente para avaliar os projectos do Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA) na ilha e também o andamento do ano agrícola.
Segundo o governante, a alta taxa de cobertura de esgotos existente na área urbana dá à ilha de São Vicente “potencial enorme” para a recuperação da águas residuais tratadas, em Ribeira de Vinha, inclusive para “ampliar ainda mais a área agrícola e permitir que os agricultores tenham uma renda segura e previsível a partir de uma água que vai existir, independentemente da água das chuvas.
Miguel Moura afirmou que mesmo estando no início da avaliação dá para ver que São Vicente recebeu muito menos chuvas do que as outras ilhas, mas a ilha também tem as suas características especiais.
Pelo que deve ser encorajado a utilização da água residual tratada da Ribeira de Vinha para a produção agrícola e a dessalinização da água salobra no âmbito do projecto financiado pelos Governos de Cabo Verde e da Hungria para a agricultura de forma que as ilhas não dependam só da chuva.
“Então, é aproveitar os furos e poços que temos aqui, alguns já com altos níveis de salinização e provocar a dessalinização e disponibilizar a água para os agricultores. A ideia é que o agricultor dependa cada vez menos de chuva e que o agricultor tenha a possibilidade de levar a sua actividade económica com maior nível de segurança, maior regularidade na oferta de água e assim ter a previsibilidade nos seus rendimentos”, explicou, acrescentando que a ideia é fazer com a agricultura passa a ter um contributo maior no Produto Interno Bruto (PIB).
O projecto de recuperação de uma parte da Estação de Tratamento de Águas Residuais na Ribeira de Vinha que o secretário de Estado da Economia Agrária visitou é financiado em um milhão e cem mil euros. Com ele, adiantou Miguel Moura, prevê-se recuperar dois mil metros cúbicos de água, por dia, que vai ser utilizado na agricultura.
Também, segundo a mesma fonte, já está em estado avançado a construção de um leito de secagem do lodo e outras melhorias de purificação de água.
Em São Vicente, Miguel da Moura visitou também os trabalhos de desassoreamento de quatro diques, financiados pelo MAA, em cerca de três mil contos e ainda projectos de mobilização de água para o consumo humano e para a pecuária nas zonas de Quilómetro Seis e Norte de Baía.
Depois de São Vicente, o secretário de Estado da Economia Agrária disse que vai visitar as ilhas do Fogo e Brava para “fazer a avaliação da campanha agrícola, ver os desafios, fazer um diagnóstico e para que o Governo possa dar respostas a cada caso em específico”.
CD/CP
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