São Vicente: Sindicato dos Transportes exige provas das sabotagens nos navios da CV Interilhas (c/áudio)

Mindelo, 26 Mai (Inforpress) – O Sindicato dos Transportes (Simetec) pediu, hoje, ao vice-presidente do Grupo ETE para provar as suspeições que levantou sobre alegadas sabotagens nos navios da CV Interilhas defendendo que os marítimos se sentiram “profundamente ofendidos no seu brio profissional”.

Este pedido foi feito em conferência de imprensa pelo líder do Sindicato de Metalomecânica, Transportes, Turismo e Telecomunicações (Simetec), Tomás de Aquino, em reacção às declarações do vice-presidente do Grupo ETE, que em representação do accionista na CV Interilhas classificou de “anormal” a “sequência de casos, incidentes e avarias” recentes nos seus navios e colocou a “hipótese sabotagem”.

Segundo Tomás de Aquino, a empresa “atravessa um período muito difícil para o desespero dos seus gestores,” mas “os marítimos não podem servir de bode expiatório para justificar o insucesso que se verifica actualmente”.

“Os marítimos cabo-verdianos representam uma classe de profissionais com provas dadas em matéria de profissionalismo, competência, rigor e dedicação, tanto a nível nacional como internacional”, reagiu Tomás de Aquino para quem “não é por acaso” que esses profissionais “são procurados e contratados por várias empresas estrangeiras para trabalharem nos seus navios”.

Por isso, acrescentou, não aceitam que ninguém lance suspeições ou ponha em causa o seu profissionalismo.

O sindicalista exigiu que o vice-presidente do Grupo ETE dê esclarecimentos sobre as suspeições e um pedido de desculpas aos marítimos cabo-verdianos no geral e aos da CV Interilhas em particular.

“A CV Interilhas, ao invés de criar instabilidades na gestão das suas unidades navais, deveria reconhecer o esforço e o sacrifício que os profissionais fazem para garantir as ligações marítimas em Cabo Verde”, sugeriu.

Para o marítimo Alberto Almeida, “sabotagem é crime e é uma palavra que não existe no vocabulário dos profissionais do mar” e defendeu que “em nenhuma altura vão fazer uma sabotagem contra a sua própria pessoa”, pelo que, sustentou, isso é “um acto de desespero” de quem fez tais afirmações.

“Sabotagem está fora de questão porque nos nossos vocabulários não existe essa palavra”, lembrando que tem uma equipa de reparações na Cabnave e própria CV Interilhas tem uma equipa técnica, pelo que se deve saber “de onde vem esta sabotagem”, isto é, clarificou, “se os tripulantes são os sabotadores ou se são coniventes com esta sabotagem”.

CD/HF

Inforpress/Fim

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