São Vicente: Projecto do IPC e Instituto Marítimo e Portuário para recuperação de faróis com financiamento da Cooperação Espanhola

Mindelo, 19 Mai (Inforpress) – A presidente do Instituto do Património Cultural (IPC) afiançou hoje, no Mindelo, que o protocolo assinado entre a sua instituição e Instituto Marítimo e Portuário (IMP) para recuperação de faróis será financiado pela Cooperação Espanhola.

Ana Samira Baessa deu a garantia durante a sua intervenção no acto de assinatura do protocolo de cooperação juntamente com o presidente do IMP, Seidi dos Santos, e disse ser uma “feliz coincidência” por ter o mesmo ministro no Ministério da Cultura e no Ministério do Mar e ainda representa uma “nova visão” defendida no programa do Governo em relação aos sectores estratégicos para o desenvolvimento de Cabo Verde, mar, cultura e turismo.

“Representa ainda uma nova forma, uma mudança de paradigma da gestão do património do Estado, uma gestão mais participativa e mais inclusiva”, advogou, adiantando que essa nova perspectiva tem beneficiado o IPC, que tem sido procurado para estabelecer parcerias com diversas outras instituições.

Por isso, o actual protocolo, proposto pelo IPC, permitirá a valorização dos faróis pelo valor cultural, arquitectónico e patrimonial que ostentam, mas, também pela localização estratégica privilegiada.

“Este protocolo não é vazio, acontece também numa altura em que já se perspectiva os financiamentos para a reabilitação destes faróis de Cabo Verde no quadro do financiamento da Agência Espanhola de Cooperação”, asseverou a mesma fonte, adiantando posteriormente à imprensa que ainda não há um montante definido, e que este será disponibilizado conforme os projectos de cada farol.

Também com essa finalidade, informou, arrancará uma formação, a partir de segunda-feira, 22, para os técnicos do IPC, IMP, Instituto do Turismo e outras instituições ligadas à gestão deste património, precisamente para delinear os marcos do projecto.

O presidente do IMP, Seidi dos Santos, assegurou ser um projecto há muito almejado pelo instituto.

“Para o IMP, a garantia da segurança marítima, na qual os faróis desempenham um papel importante enquanto instrumentos de ajuda à navegação, apresenta-se como objectivo mor da parceria que estabelecemos como o IPC”, sublinhou, com a ideia de que o projecto resultante “irá contribuir de forma assinalável para a consciencialização da população e das pessoas em geral para a necessidade de se preservar os faróis nacionais”.

A necessidade impõe-se, conforme a mesma fonte, pelo facto de muitos destas infra-estruturas serem activos históricos e culturais do País, mas, também por serem fundamentais para a segurança da navegação.

Seidi Santos afirmou existir 75 faróis sob a responsabilidade do IMP e para os quais têm sido investidos 9.000 contos anualmente para a sua manutenção “em muito devido aos actos de vandalismo perpetrados pelas pessoas”.

Sendo assim, e como forma de fazer os cidadãos entenderem a importância dos faróis, o IMP, segundo a mesma fonte, está a “apostar fortemente” numa campanha de sensibilização nas redes sociais, começada hoje e denominada “Os anciões da luz e do mar” .

O ministro do Mar e também da Cultura, Abraão Vicente, que presidiu ao acto, considerou por seu lado que o protocolo já fazia sentido mesmo antes de ter o sector marítimo sob sua alçada para transformar os faróis em estruturais museológicas e museográficas ao serviço da população.

A parceria hoje efectivada, no Mindelo, vai permitir reabilitar e valorizar oito faróis nacionais, distribuídos por seis ilhas.

LN/JMV
Inforpress/Fim

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