Mindelo, 03 Mai (Inforpress) – O líder da Comissão Política Regional (CPR) do PAICV em São Vicente, Adilson Jesus, exortou o presidente Augusto Neves a implementar o memorando de entendimento e fazer pontes para “sanar ilegalidades” existentes no funcionamento da câmara.
O Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) vem acompanhando, com “muita preocupação e acuidade” a situação pelo qual passa o município de São Vicente, devido ao “bloqueio” no funcionamento da edilidade, e que tem impactado “negativamente o processo de desenvolvimento, contribuindo para um clima de incerteza no futuro da ilha”, segundo a mesma fonte, que falava hoje em conferência de imprensa, no Mindelo.
O presidente da CPR lembrou que as eleições autárquicas de 2020 ditaram uma câmara pluralista com vereadores do PAICV, Movimento para Democracia (MpD) e da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) e uma democracia que “só se realiza no diálogo”.
“Com a postura intolerante ao diálogo que se assiste na Câmara Municipal de São Vicente, não se conseguirá criar as condições para consensos, que possam permitir o funcionamento normal das instituições da Câmara e Assembleia Municipais”, sustentou Adilson Jesus, para quem o presidente Augusto Neves, que não tem maioria, deve ser o primeiro a procurar as pontes e as soluções.
Isto porque, ajuntou, já se está no mês de Maio e ainda não se conseguiu organizar nenhuma sessão camarária neste ano, o que constitui, afiançou, uma “ilegalidade grave”, assim como a não aprovação do plano de actividades e das contas de gerência, que deveriam acontecer em Janeiro e Abril, respectivamente, “emperrando também o normal funcionamento da assembleia municipal”.
Daí, que, conforme a mesma fonte, as soluções para estes problemas passam, primeiramente, pela implementação do memorando de entendimento, acordado no ano passado e já assinado pelos vereadores da oposição e que está na posse do presidente da câmara, Augusto Neves.
Por outro lado, considerou, deve ser realizado um funcionamento com “base no princípio da legalidade” e “sanando todas as ilegalidades que terão já acontecido”.
“Apelamos também ao presidente da câmara que se abra ao diálogo, que se sente a mesa, com todos os vereadores eleitos pelos três partidos e consigam encontrar uma via negocial focada em São Vicente”, reiterou Adilson Jesus, com a ideia de que esta via só será conseguida, “baseada no respeito pelos eleitos e os munícipes que os elegeram”.
Questionado se já conversou com os vereadores do seu partido após o pedido de intervenção feita por Augusto Neves, o líder da CPR disse que não deu orientação nenhuma aos vereadores, que, garantiu, “estão abertos ao diálogo” e “só não querem fazer parte de uma ilegalidade que vêm denunciando”.
Ademais, os vereadores eleitos nas listas do partido, não desejam, assegurou, “de forma alguma”, que se chegue a uma situação que leve a uma eleição antecipada, sabendo dos custos que isso acarreta em termos financeiros, bem como o seu impacto, no ritmo de crescimento e desenvolvimento económico.
Adilson Jesus pediu, por outro lado, a intervenção rápida das Instituições da República com responsabilidade na matéria e que já têm conhecimento formal da situação, para “agirem a tempo, para se sair desta situação que “muito vem prejudicando o municípiode São Vicente”.
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