Mindelo, 17 Jul (Inforpress) – O presidente da Comissão Política Regional do Partido Africano para Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) denunciou situações de “famílias em perigo” em várias zonas da ilha de São Vicente, agravadas com as construções nas encostas.
Alcides Graça, que convocou a imprensa na manhã de hoje, disse ter decidido fazer a denúncia após algumas visitas a vários bairros da ilha de São Vicente, após as primeiras chuvas, onde verificou “situações graves”, devido a construções nas encostas.
“Isso resenha, que a câmara municipal de São Vicente não tem tido uma boa política de gestão de solos. Não se compreende como é que a pessoas de baixa renda são lhes atribuídas lotes, precisamente nas encostas”, questionou o responsável, para quem esses cidadãos são “duplamente penalizados”, primeiro porque “a construção é difícil e depois não tem dinheiro para se protegerem da chuva”.
O líder partidário apontou o dedo ao presidente da câmara municipal, Augusto Neves, que é também responde pela área de vereação do Urbanismo, a quem acusa de incentivar e legalizar construções nas encostas,
A mesma fonte defendeu , por isso, a distribuição de lotes sociais para a construção em planícies, algo que poderia ser possível com o Plano Director Municipal, que ainda não foi aprovado.
“Para nós, essas situações são graves e podem até ser criminosas. A câmara tem uma gestão de solos meramente eleitoralista e em função do interesse do presidente e sem se preocupar com a segurança dos munícipes”, sustentou Alcides Graça, que disse temer pela segurança das pessoas com a previsão de chuvas fortes para este ano.
Nesta senda, o presidente da comissão política denunciou ainda a situação de uma casa em Madeiralzinho, que foi “encurralada” por uma outra construção, e colocando uma “família em perigo”, já que ficou no caminho das enxurradas, que entrem dentro da moradia
O problema, segundo a mesma fonte, é do conhecimento de Augusto Neves e da equipa do urbanismo que teria prometido que a família ocuparia um outro lote, mas que foi depois atribuído a uma outra pessoa.
Algo confirmado por Alcídia Monteiro, que mora nessa casa herdada dos pais. Segundo a moradora há vários anos tentam resolver o problema desta construção, que é uma das primeiras nessa zona, mas até agora nada.
“Tenho até medo que a chuva caia e se não forem os vizinhos a me ajudar com essa água eu apanho muito sofrimento aqui dentro”, considerou Alcídia Monteiro, que ainda espera uma solução prometida pela câmara, que tanto ela, como os irmãos não conseguiram obter.
LNJMV
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