Mindelo, 28 Jan (Inforpress) – O Observatório de Cidadania Activa solicitou ao Governo para não decretar tolerância de ponto nos dias de Carnaval e de Cinzas para não se correr o risco de aumentar o contágio da covid-19 em Cabo Verde.
Em nota enviada à redacção da Inforpress, o presidente da instituição, Orlando Lima, lembrou que foram uma das organizações que se associou aos esforços das autoridades cabo-verdianas no combate a esta pandemia, com a realização de “Oficinas de Cidadania” junto das comunidades, em diversos pontos do país, sob o lema “prevenir e combater a covid-19 é um acto de cidadania”.
Lamentavelmente, e, apesar de toda a campanha pedagógica em curso, ainda persistem, segundo a mesma fonte, “alguns focos de resistência, com práticas e atitudes menos boas, e que vão na contramão de toda a sensibilização que tem sido feita”.
“Apesar de a maioria da população estar hoje mais bem informada e consciente dos riscos, registam-se comportamentos preocupantes relativamente a não observância das regras sanitárias, em vigor, como sejam o uso obrigatório de máscaras, o distanciamento físico, aglomerações em alguns serviços e postos de atendimento público e a realização de festas às escondidas, particularmente em Mindelo e cidade da Praia”, constatou Orlando Lima.
Por isso, ajuntou, o observatório aproveita para solicitar ao Governo para não decretar tolerância de ponto nos dias do Carnaval e de Cinzas, próximos 16 e 17 de Fevereiro, para “evitar que, mesmo não havendo desfiles e quaisquer festejos oficiais, não se venha a correr o risco de se criarem ambientes susceptíveis de provocar o aumento de contágios pelo novo coronavírus, como aconteceu na época natalícia”.
A organização, conforme a mesma fonte, apela ainda às autoridades competentes, designadamente, a Polícia Nacional, para reforçar a fiscalização e exigir o respeito e o cumprimento das normas vigentes.
“O Observatório pede ainda o sentido de responsabilidade e de bom senso a todos os cidadãos, bem como às instituições públicas e privadas e aos promotores de eventos para serem agentes activos na prevenção e no combate à covid-19”, sublinhou Orlando Lima, para quem é preciso “todas as valências, competências e recursos à esta causa maior, neste momento, de dar combate à pandemia, reduzir o número de infectados e evitar mais mortes”.
O presidente da instituição sublinhou o facto da covid-19 ter obrigado a adaptar o plano de actividades de 2020, mas agora em 2021 a agenda de actividades deverá centrar-se em três pilares fundamentais, como “Educar a cidadania activa e responsável”, “Cidadania da saúde” e “Cidadania eleitoral e democracia”.
Outro “ponto alto” constante do plano de actividades é a realização da 3ª Semana Nacional da Cidadania e Diversidade Cultural a decorrer de 15 a 22 de Maio, na Cidade da Praia, e durante a qual preveem realizar um “vasto programa” socio-educativo com associações locais, “colocando a capital do país no centro do debate sobre boas práticas de cidadania activa e o papel que cabe aos cidadãos na melhoria das condições de vida da sua comunidade”.
“Por outro lado, o Observatório espera ter um papel preponderante no quadro das próximas eleições legislativas e presidenciais, exercendo a sua função pedagógica, com “Oficinas de Educação Cívica Eleitoral”, em parceria com as instituições competentes em matéria eleitoral, como seja a CNE (Comissão Nacional de Eleições)”, concretizou Orlando Lima.
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