São Vicente: “O Prémio Nacional de Jornalismo trouxe maior motivação para os jornalistas” – Presidente da AJOC

Mindelo, 14 Ago (Inforpress)- A Associação Sindical dos Jornalistas (AJOC) entregou hoje, no Mindelo, os galardões a dois vencedores do Prémio Nacional de Jornalismo, uma distinção que acontece pela quarta vez e que, no entender do presidente da associação, trouxe “maior motivação” à classe.

Carlos Santos, que falava na cerimónia de entrega dos prémios, realizada no final da tarde de hoje, no Centro Cultural do Mindelo, afirmou ter sido uma das vozes discordantes aquando da criação dessa distinção pelo Governo, há quatro anoss, mas agora consegue ver que o Prémio Nacional de Jornalismo trouxe “maior motivação” aos jornalistas.

“O prémio tem contribuído para aumentar a produção jornalística, para os jornalistas irem a fundo à procura de outros géneros”, salientou Carlos Santos, destacando, por exemplo, a “recuperação” da reportagem na Rádio.

Um “incentivo” que fez com que, como destacou a presidente do júri, Carla Lima, tivessem a concurso 28 trabalhos “bem interessantes” e que “deitam por terra” o mito de não existir jornalismo de investigação em Cabo Verde.

Caso do Nuno Andrade Ferreira, vencedor na categoria de rádio, com a reportagem “Funaná das autárquicas”, que, como o mesmo explicou, tinha como objectivo “mostrar o outro lado da integração de cabo-verdianos em Portugal e na cidade de Lisboa, em particular.

“Casos de sucesso e que fazem com que outros cabo-verdianos se envolvam na política nos países de acolhimento”, assinalou Nuno Andrade Ferreira, para quem o prémio mostra-se “duplamente agradável” por ter sido ganho com trabalho, mas também por uma rádio privada, a Rádio Morabeza, mais concretamente, pela primeira vez.

“Mas os prémios passam e o jornalismo tem que ficar para se continuar trabalhar de forma sempre exigente”, adiantou.

Por seu lado, Matilde Dias, vencedora na categoria de televisão, disse ter concretizado com a reportagem “Jogo de cintura”, um “desejo antigo” de ver como é que jovens de São Vicente conseguiam ter acesso à dança pop, na década de 80, e a transformar num registo próprio.

“Sonhei com o contar e o recuperar dessa história que nunca antes foi contada”, declarou a jornalista, que realçou ainda o “desafio” de procurar junto dos seus entrevistados as imagens registadas em cassetes de VHS e que não tinha acesso de forma profissional.

Todo um trabalho, de mais de um mês, que Matilde Dias afirmou ter sido recompensado pelo prémio, que partilha com a equipa de reportagem da TCV e também com todo o “espírito criativo” da população de São Vicente.

Quanto ao galardão de categoria imprensa, ganho pela Gisela Coelho do jornal A Nação, com a reportagem “Apanha e falta de areia colocam em causa a sustentabilidade turística”, não foi entregue, uma vez que a vencedora encontra-se fora do país.

Entretanto, Gisela Coelho registou uma mensagem em vídeo, em que reconhece o trabalho feito pelo colectivo do A Nação, e que tem sido a sua “escola” há 10 anos. Por outro lado, agradece o povo de Cabo Verde, uma vez que é portuguesa, por a ter recebido “de braços abertos”.

O PNJ foi entregue pela primeira vez no Mindelo, num gesto que, segundo o presidente da AJOC, mostra a “ambição” da direcção, empossada recentemente, de descentralizar as actividades da associação não somente em São Vicente, mas também noutras ilhas.

Entre outros projectos, Carlos Santos aventou ainda a criação de outros prémios relacionados por exemplo com saúde e ambiente e ainda a realização do “grande” Congresso dos jornalistas cabo-verdianos.

LN/JMV

Inforpress/ Fim

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