Mindelo, 07 Nov (Inforpress) – A presidente do conselho de administração do Hospital Baptista de Sousa (HBS), em São Vicente, assinou hoje um protocolo com o líder da Cabo Verdean American Medical Society, Júlio Teixeira, para desenvolver programas de respostas terapêuticas a pacientes.
Segundo Helena Rodrigues, com esse protocolo vão desenvolver projectos que proporcionam intervenções cirúrgicas no âmbito da cirurgia laparoscópica, ortopedia, oftalmologia e outros, promover acções de formação nas áreas de cuidados peri-operatórios e protocolos de cuidados, desde pré-admissão até materiais de educação dos pacientes e planos de seguimento pós alta, incentivar o trabalho de forma independente das equipas, apoiar na aquisição de equipamentos médicos, de medicamentos, de implantes e de consumíveis necessários para as intervenções cirúrgicas.
Também pretendem realizar formações, fornecer treinamento para profissionais de saúde que trabalham no HBS durante as missões cirúrgicas, criar oportunidades de treinamento nos Estados Unidos para os profissionais do HBS e ainda estabeleceram a realização de encontros virtuais e regulares de troca e partilha de estudos e de casos.
“Atribuo grande simbolismo a este acto na escolha que representa um caminho inovador para o futuro. Representa um acontecimento histórico mobilizador e auspicioso. Desde logo, um acontecimento histórico porque creio ser este o primeiro protocolo estabelecido nestes termos em Cabo Verde. Isto significa ou certamente indicia que será muito mais do que um simples protocolo”, destacou a presidente do conselho de administração do HBS.
Para Helena Rodrigues, a assinatura do acordo é o “aprofundar” da cooperação com Cabo Verdean American Medical Society, uma, associação, que lembrou, “é constituída por médicos cabo-verdianos conceituados nos Estados Unidos com grandes feitos em diversas especialidades da medicina e que decidiram, de forma abnegada, colocar à disposição dos profissionais do HBS o seu conhecimento, a sua experiência provando que não existem fronteiras entre a diáspora e Cabo Verde”.
“É uma associação que tem como objectivo unir médicos e outros profissionais de saúde, na herança ou cultura cabo-verdiana, para promover, fomentar e apoiar avanços no tratamento médico, na investigação em programas educacionais e culturais dos mais elevados padrões possíveis que permitirão melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades e criar uma ponte de colaboração e serviço com os hospitais e as comunidades nas ilhas de Cabo Verde”, acrescentou.
Por sua vez, o presidente da Cabo Verdean American Medical Society (CVAMS), Júlio Teixeira, explicou que “estar em Cabo Verde é muito importante” pelo facto de terem a oportunidade de “compartilhar” e também de “aprender”.
“Temos um aspecto para o nosso próprio beneficio, porque aprendemos muito. Aprendemos não só como inovar, por causa das limitações que existem, e muitas dessas aprendizagens levamos connosco. Aprendemos a falar crioulo e português, porque muitos não falam, aprendemos a conviver com a nossa população, a cultura e o nosso tema tem sido o de trazer a morabeza à medicina para melhorar os cuidados de saúde em Cabo Verde”, declarou.
Segundo Júlio Teixeira, a sociedade foi fundada há aproximadamente três anos após o início da pandemia da covid-19 com o objectivo de ajudar Cabo Verde na área da saúde.
“Foi de facto a crise da pandemia da Covid -19 que despertou a nossa consciência para a vulnerabilidade de Cabo Verde como um País pequeno e com poucos recursos. E começamos a pensar a forma de contribuir para o País, reconhecendo que já tínhamos uma massa crítica nos Estados Unidos que tinha não só motivação, mas sobretudo a capacidade de contribuir”, relatou.
E adiantou que foi assim que o projecto começou, primeiro com cerca de 20 pessoas, mas actualmente congrega mais de 170 médicos cabo-verdianos nos Estados Unidos em todas as especialidades, das quais da saúde mental além de 60 estudantes de medicina que são da terceira quarta e quinta geração de cabo-verdianos.
No âmbito da missão médica da Cabo Verdean American Medical Society encontram-se no HBS sete especialistas que vão realizar mais de 30 intervenções no âmbito da cirurgia laparoscópica e ortopedia, além de um programa de treinamento e de capacitação das equipes locais. O programa inclui ainda um simpósio sobre emergências médicas.
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