Mindelo, 16 Ago (Inforpress) – A greve dos vigilantes, que arrancou na manhã de hoje, em São Vicente, teve a adesão de cerca de 50 por cento (%) dos profissionais, anunciou o representante do Siacsa Heidy Ganeto, que falou em “intimidações”.
Os motivos para mais esta paralisação dos agentes de segurança privada, segundo Heidy Ganeto, são os mesmos que outras greves e manifestações já feitas e têm a ver com a grelha salarial que “não está a ser cumprida”, avançou o representante do Sindicato de Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Afins (Siacsa)
“Estivemos na mesa de negociação para ver se a greve seria suspensa, mas as empresas não apresentaram ao sindicato nenhuma proposta, é sempre a mesma conversa e temos uma lei que tem de ser cumprida”, sublinhou a mesma fonte, referindo-se ao não cumprimento do Preço Indicativo de Referência (PIR), que entrou em vigor no dia 01 de Maio.
Heidy Ganeto assegurou que as empresas alegam que os próprios clientes não estão a cumprir o PIR, mas os vigilantes “não vão cair nesta situação”, tendo em conta que a maioria dos clientes são empresas públicas, “então é o próprio Estado a não cumprir”.
Neste sentido, sustentou, a greve, realizada hoje e terça-feira, reivindica o cumprimento do PIR, mas também a mudança de categoria profissional” nas empresas empregadoras, por exemplo, Sepricav e Silmac, que “nunca deram nenhuma promoção aos trabalhadores”, alguns com 28 anos de trabalho.
O representante do Siacsa referiu que o salário neste momento é de 15 mil escudos e o mínimo da tabela aprovada, e que deveria ser paga a 31 de Maio último, é de 17 mil e alguns vigilantes podem atingir mais de 22 mil escudos por terem mais de 12 anos de serviço.
A greve em São Vicente, com concentração na Praça Dom Luís, no Mindelo, teve a adesão de cerca de 50 por cento (%) entre os cerca de 500 vigilantes da ilha.
“Porque existem muitos vigilantes que não estão a acreditar nesta luta e desde sexta-feira há vigilantes, que foram ameaçados por empresas”, assegurou Heidy Ganeto, apontando o exemplo da empresa Sepricav que “chamou alguns trabalhadores por serem associados a um outro sindicato”.
Mas, ajuntou, a greve não tem a participação somente de sindicalizados no Siacsa, porque “sabem que a greve é direito do trabalhador e não tem a ver com sindicato A ou B”.
Contudo, asseverou Heidy Ganeto, a adesão “não afectou tanto” o funcionamento dos serviços, porque “alguns postos estão descobertos, mas outros postos trabalham normalmente”,
O responsável do sindicato disse que já entregaram um processo no Tribunal por causa desta “falta de respeito” e acreditam ter direito a retroactivos.
A greve termina nesta terça-feira à meia-noite.
LN/DR
Inforpress/Fim