São Vicente: Escolha do Mindelo para acolher primeira edição da MAR Procultura é “grande orgulho” – Organização

Mindelo, 19 Out (Inforpress) – O coordenador da Mostra de Artistas Residentes do Procultura (MAR Procultura) considerou ser um “grande orgulho” a escolha do Mindelo para acolher a primeira edição do evento que reúne dez artistas de países africanos.

João Branco, em conferência de imprensa hoje, no Mindelo, regozijou-se pela escolha da Fundação Gulbenkian, promotora do programa Procultura, que recaiu sobre São Vicente e que agora receberá a partir desta quinta-feira, a mostra artística com representação de dança, teatro, música e cinema.

“É um programa muito intenso, em que a partir de amanhã vamos ter a oportunidade de ver três espectáculos por dia, e a entrada é absolutamente gratuita”, explicou a mesma fonte, referindo-se aos espectáculos e performances, que terão lugar na Academia Livre das Artes Integradas do Mindelo (ALAIM).

Já no último dia, domingo, 23, está programada uma apresentação pública “Misturart”, na Praça Dom Luís, centro da cidade do Mindelo, que mostrará o trabalho em conjunto dos dez artistas, que João Branco disse ser um “tiro no escuro”, mas, certamente, agradará o público mindelense.

O evento de rua, segundo João Branco, tem a coordenação do artista cabo-verdiano Mano Preto, que também foi seleccionado para a mostra. Aliás, Cabo Verde estará representado por mais outros quatro artistas (quatro pertencentes à Companhia Raíz di Polon), que vão se reunir com mais dois angolanos, dois moçambicanos (um que chega nesta quinta-feira no Mindelo e outro que estará ausente) e um guineense.

Esses artistas, que, conforme o representante Djam Neguim, se sentem “muito gratos” pela oportunidade de partilha dos seus trabalhos e de apresentar um pouco do que aprenderam nas residências artísticas.

“As sinergias acontecem e projectos como este são muito válidos, ainda mais para os artistas do Atlântico, que têm muita dificuldade até de vir parar aqui ao Mindelo, mas, que conseguimos mostrar o nosso trabalho e de o apresentar em festivais internacionais”, sublinhou, adiantando que através da residência artística, realizada no Porto (Portugal), recebeu o convite para apresentar o mesmo espectáculo que traz a Mindelo na próxima edição do Festival português Dias da Dança.

Djam Neguim participa na MAR Procultura com a performance de dança a solo “Na-Ná”, que, disse ter sido inspirado no funaná, representando mais um de um conjunto de solos que conta criar a partir da inspiração da música cabo-verdiana.

A programação arranca na quinta-feira com as apresentações de “Cinzas no Vulto” (teatro), do angolano Noé João, seguido de “Os países do meu país” (música) do bissau-guineense Wilson da Silva, ainda “Nha fado, meu destino” (dança) do cabo-verdiano Mano Preto.

Na sexta-feira, 21, o dia está destinado ao “Deus no Acudi” (cinema) do moçambicano Bernardo Guiamba, “Medindo medo” (dança) da cabo-verdiana Bety Fernandes, “Reflexos” (dança) da moçambicana Francisca Mirine e “Moment” (dança) da também cabo-verdiana Rosy Timas.

As apresentações em sala terminam no sábado, 22, com “In box” (cinema) também de Bernardo Guiamba, “Inzulamentu20” (dança) do cabo-verdiano Nuno Barreto, “Itinerários vinte –vinte dois” do moçambicano Estevão Chissano e por último “Na-Ná” de Djam Neguim.

O dia de fecho será feito com a performance ao ar livre “Misturart” com todos os participantes da mostra.

O Procultura, iniciado desse 2019, é uma acção do Programa PALOP–TL, financiada pela União Europeia, co-financiada e gerida pelo Instituto Camões e pela Fundação Calouste Gulbenkian.

O objectivo do projecto é contribuir para aumentar o emprego e o potencial gerador de rendimento do sector cultural nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa e Timor-Leste.

LN/CP

Inforpress/Fim

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