Mindelo, 17 Jul (Inforpress) – A União Cabo-verdiana e Independente e Democrática (UCID) vai disputar as eleições autárquicas em nove municípios do País, com pelo menos uma mulher como cabeça de lista, anunciou hoje a vice-presidente do partido, Dora Pires, hoje, no Mindelo.
O desejo da UCID, segundo a mesma fonte, seria concorrer nos 22 municípios, mas, não o fazem porque, embora, “muitos queiram dar à cara e concorrer e estar ao serviço da UCID, e até mesmo independentes”, mas não o fazem por “medo de serem perseguidos e terem retaliações”, sublinhou, durante conferência de imprensa, na manhã de hoje, no Mindelo, para apresentação dos candidatos.
Sendo assim, os democratas cristãos garantem candidaturas a nove câmaras municipais do País, com cabeças de lista na maioria jovens e pelo menos uma mulher cabeça de lista, que é Neida Semedo Rompão, licenciada em Enfermagem, que é candidata à Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago.
Já em São Vicente, o partido voltar a “atacar” com o líder António Monteiro, que já disputou cinco eleições para a referida câmara, sem nunca ter ganho, e faz mais uma tentativa agora em 2020, motivada, di-lo Dora Pires, “pelo desejo de trabalhar pelo partido e o desejo de cidadãos para que ele esteja à frente dos destinos da câmara municipal de São Vicente”.
A lista para o município da Praia será liderada por Francisco Silva, licenciado em Gestão.
Entre os nove candidatos contam-se ainda Domingos Florentino Rodrigues, licenciado em Matemática e professor do Ensino Básico (Câmara Municipal do Porto Novo), Sandro António Gomes, licenciado em Ciências Políticas e Relações Internacionais (Câmara Municipal do Paul), Pedro Ribeiro, inspector tributário (Câmara Municipal de São Filipe) e ainda Holden Roberto Duarte, consultor (Câmara Municipal de Tarrafal, Santiago).
Dora Pires assegurou que ainda mantém candidaturas às Câmaras de Ribeira Grande, Santo Antão, e Sal, cujos candidatos serão posteriormente anunciados.
O partido, conforme a mesma fonte, também está a trabalhar para cumprir a lei da paridade, inclusive, as listas para as assembleias municipais devem ser encabeçadas mais por mulheres.
Questionada relativamente aos municípios que contam sair vitoriosos, a responsável considerou ser “em todos”.
“Nós concorremos para ganhar, com tudo aquilo que nós temos, com todo o envolvimento dos nossos militantes e simpatizantes, estaremos a concorrer para ganhar, se não ganharmos teremos participação nas câmaras e nas assembleias municipais”, lançou.
Dora Pires garantiu que as expectativas não estão somente postas em António Monteiro e em São Vicente, mas ainda assim, considerou ser ele o “candidato ideal”, e que tem conhecimento dos problemas da ilha até mais que o actual presidente da câmara.
Segundo a mesma fonte, o partido não fez sondagens por causa de algumas questões, entre as quais de financiamento, mas, a escolha dos candidatos foi feita com base em muitos aspectos.
Entre estes, o empenho partidário dos candidatos, ouvindo os munícipes, e os próprios militantes.
Dora Pires apontou, por outro lado, o bi-partidarismo como a razão para o medo das pessoas se envolveram na política.
“Enquanto nós temos um bi-partidarismo muito forte, isso prejudica muito, os jovens são assediados e os outros partidos assediam os jovens da UCID”, defendeu, com a ideia de que “a sociedade parece estar formatada para apenas dois partidos e as pessoas não se sentem à vontade para tomar certas decisões na sua vida e na política”.
Daí, ser preciso, concretizou, mudar mentalidades.
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