Mindelo, 15 Fev (Inforpress) – A Comissão Política Regional (CPR) do PAICV, em São Vicente, classificou hoje de “flagrante descaso e desrespeito” o processo de constituição das listas para as eleições legislativas, perpetrado pela Comissão Política Nacional (CPN), daí demarcar-se da mesma.
Em conferência de imprensa hoje, no Mindelo, a vice-presidente da CPR, Arlinda Medina, declarou que após a Comissão Política Nacional (CPN) proceder a “alterações profundas” na lista dos candidatos proposta para o círculo eleitoral de São Vicente, enviada pela CPR, “sem uma única articulação ou coordenação”, esta votou uma moção de rejeição à lista “imposta unilateralmente” pela CPN, com dez votos a favor e três contra.
“Da lista enviada ao CPN, alterou-se o cabeça-de-lista e, a um só tempo, as posições dos elementos na segunda, terceira, quinta e sexta posições”, denunciou a mesma fonte , que informou ainda que na busca do diálogo e da união do partido, o órgão regional solicitou a reabertura das negociações ao CPN.
Mas que, continuou, volvidos 25 dias após esse pedido “sequer a CPN se dignou a acusar a recepção” da solicitação da CPR, “muito menos respondê-la”.
Disse ainda que a lista enviada pela CPR colocava o presidente do órgão, Alcides Graça, como cabeça-de-lista por São Vicente e Josina Freitas como número dois, mas que a “mudança arbitrária” renegou Graça para a quinta posição na lista e catapultou Freitas para cabeça-de-lista.
Arlinda Medina esclareceu que a demarcação “da maioria dos elementos da CPR” da lista “imposta pela CPN” não ocorreu devido às alterações feitas, mas sim por “não concordar” com o modo “arbitrário e unilateral” como processo foi conduzido.
Da mesma forma, a Comissão Política Regional (CPR) do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), em São Vicente, estranhou a indicação de dois nomes, a que a Inforpress apurou os de Manuel Inocêncio Sousa, proposto pelo CPN para director da campanha eleitoral, e de Graciano Nascimento, para mandatário da lista, como “mais uma imposição” da Comissão Política Nacional.
“Mais uma vez formos desrespeitados e completamente afastados do processo de preparação e execução dos trabalhos inerentes à campanha eleitoral”, reafirmou a vice-presidente da CPR, que finalizou que o órgão regional continua a manter “total lealdade ao partido e disponibilidade para colaborar naquilo que for solicitado”.
Por outro lado, a Inforpress apurou que a demissão de Alcides Graça do cargo de presidente da CPR “está em cima da mesa”, pelo que um pronunciamento público deste deve ocorrer “ainda no decorrer desta semana”.
AA/ZS
Inforpress/Fim