Mindelo, 12 Jan (Inforpress) – O delegado de Saúde de São Vicente, Elísio Silva, disse hoje ter feito o pedido, através do Ministério da Saúde, para que Governo decrete estado de calamidade na ilha, com quarentena de dez a 15 dias.
Só desta forma se poderá dar combate ao aumento de casos de covid-19 registados nos últimos dias, conforme Elísio Silva que, no final da manhã de hoje, apresentava à imprensa, no Mindelo, os dados epidemiológicos da primeira semana de Janeiro.
Elísio Silva referiu-se aos dados de 04 a 10 de Janeiro, que comprovaram 220 casos positivos somente nestes dias e dois óbitos, sendo um externo, o que, asseverou, trouxe uma “preocupação grande” relativamente à situação da ilha.
O responsável máximo da Saúde da ilha justificou tal cenário com as festas realizadas em “todos os recantos” durante a quadra festiva, bares e restaurantes “abertos até altas horas” e ainda pessoas oriundas de outras ilhas, quando São Vicente se encontrava numa “situação de transmissão comunitária”.
Segundo a mesma fonte, tudo isso somado com o incumprimento de regras sanitárias, fez com que São Vicente tivesse casos positivos em todas as zonas e com focos maioritariamente em grupos familiares e de amigos.
Sendo assim Elísio Silva disse já ter feito o pedido para que o Governo decrete estado de calamidade na ilha.
“Neste momento seria essencial para travar o coronavírus em São Vicente, limitando festas, limitando bares e restaurantes e que as pessoas estejam nas suas casas”, sustentou o delegado, para quem seria “muito bom” uma quarentena de dez dias a duas semanas.
Elísio Silva avançou já ter informações de festas a serem preparadas por altura do Carnaval, que este ano é comemorado a 16 de Fevereiro, e por isso é da opinião favorável quanto a necessidade de tal estado.
“Mas, cabe aos governantes decidirem se deve ser ou não e se há tal necessidade”, considerou.
A ilha de São Vicente contabilizou até esta segunda-feira, 11, 218 casos activos entre 1.092 casos acumulados, 864 recuperados e 11 óbitos, com um externo registado a caminho do Hospital Baptista de Sousa (HBS).
Em isolamento hospitalar estão 51 pessoas, sendo 44 no Centro de Estágio do Mindelo e sete no HBS.
Já em quarentena domiciliar, a ilha tem, segundo o delegado, mil pessoas e 179 casos activos em domicílio.
LN/HF
Inforpress/Fim