São Vicente: Augusto Neves disposto ao diálogo com autarcas após ouvir “conselhos” num encontro com PR (c/áudio)

Mindelo, 18 Nov (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal de São Vicente garantiu, hoje, no Mindelo, que estará disponível ao diálogo com os autarcas da oposição e que se vai sentar quinzenalmente, às quintas-feiras, para realizar as sessões camarárias com os vereadores.

Augusto Neves, eleito pelo Movimento para a Democracia (MpD), falava à imprensa após uma audiência com o Presidente da República, José Maria Neves, durante o qual falaram sobre a situação de “bloqueio” na Câmara Municipal de São Vicente, por causa da falta de entendimento entre ele os vereadores eleitos pela União cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID) e pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV).

Segundo Augusto Neves, o encontro com José Maria Neves “foi muito frutífero” porque ele tem demonstrado toda a vontade para que a imagem de São Vicente seja uma imagem boa, pelo que o executivo camarário fará “tudo para melhorar essa imagem”.

“De certeza que nós teremos de ultrapassar, com o apoio de todos, incluindo do senhor Presidente da República, essa situação, que é basicamente política, que vivemos em São Vicente. Já falta metade ou menos de metade do mandato e tudo faremos para terminá-lo para que a gente siga trabalhando para a melhoria da qualidade de vida da população”, afirmou o autarca para quem o presidente sempre lhes “dá boas orientações e conselhos” no sentido de “ultrapassar a situação” que se vive agora em São Vicente.

Conforme Augusto Neves, há a necessidade de conversar com os partidos políticos, entre os quais a UCID e o PAICV, no sentido de traçar orientações para ultrapassar esta situação “que é deveras difícil”.

“Esta até ultrapassa uma questão partidária. São mais questões e problemas pessoais, mas eu acho que termos de ultrapassar e seguir em frente porque a imagem da ilha está em primeiro lugar”, frisou, garantindo que se sentará todas as quintas-feiras para analisar e discutir com os demais vereadores os pontos da agenda nas sessões ordinárias da câmara municipal.

Questionado se vai retirar os pelouros aos vereadores eleitos pelos partidos da oposição, tal como tinha afirmado, Augusto Neves revelou que vai analisar.

“Esta é uma questão que nós iremos ver. Teve um momento que houve uma acção no tribunal e tivemos de esperar que as coisas se resolvam da melhor forma e podermos dar continuidade ao nosso trabalho que é o fundamental”, alegou.

Questionado como pretende resolver com os vereadores a aprovação dos instrumentos de gestão para o próximo ano, Augusto Neves, disse que os documentos estão prontos à espera dos vereadores.

“A minha responsabilidade como presidente é a elaboração do relatório de actividades, nós fizemos, a contas de gerência fizemos e apresentamos, o plano de actividade e o orçamento fizemos a tempo. Está tudo pronto e vamos ver quando é que os vereadores resolvem isso e a assembleia está preparada e à nossa espera para analisar e aprovar o orçamento”, adiantou a mesma fonte que se recusou a falar sobre o processo de pedido de perda de mandato submetido ao tribunal pelos vereadores da oposição e da equipa de quatro advogados que escolheu para o defender neste processo.

Sobre a ministra da Coesão Territorial disse que vai continuar a fiscalizar as acções da câmara municipal na questão de realização de reuniões e na parte administrativa ele disse que a câmara municipal está com as portas escancaradas para toda a inspecção e averiguação que o Governo quiser.

Já o Presidente da República, José Maria Neves, questionado sobre os conselhos que deu ao autarca, frisou que a sua conversa com os principais actores políticos, a nível nacional e local, é no sentido de “colocar água na fervura e reduzir o nível de tensão para poder criar possibilidades de diálogo”.

“A questão já está no tribunal e espero que decida o mais rapidamente quanto possível.  A política é antagonismo, a democracia é divergência de opiniões, é possibilidade de dissenso, mas, também é oportunidade para construirmos consensos, pontos entendimento. É preciso pensarmos a política não como se fosse permanentemente um campo de batalha e precisamos fazer política com elevação, precisamos de elegância e de boa educação na política”, defendeu.

O PR também lembrou que se deve defender as instituições porque, sintetizou, para um País crescer, afirmar-se e desenvolver-se, é fundamental ter instituições inclusivas e sólidas.

CD/HF

Inforpress/Fim

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