São Vicente: Antigo dirigente da UNTC-CS admite “letargia e passividade” nos trabalhadores e sindicalistas

Mindelo, 09 Mar (Inforpress) – O antigo secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde–Central Sindical (UNTC-CS), Júlio Ascensão Silva, disse hoje, no Mindelo, que neste momento se verifica uma “letargia” nos sindicatos e “passividade” nos trabalhadores cabo-verdianos.  

Como observador e fora do activo, como se posicionou, Júlio Ascensão Silva apontou como um dos principais desafios do sindicalismo actualmente a questão da reposição do poder de compra, o combate ao aumento de “forma substancial” dos preços dos produtos de primeira necessidade e, por outro lado, o “aumento irrisório” dos salários por parte do Governo e que ainda exclui “boa parte dos trabalhadores”.  

Mesmo assim, conforme a mesma fonte, há uma “certa letargia” do ponto de vista sindical, em geral, mas, também “uma passividade” dos próprios trabalhadores   

“Com o aumento de preços, com a inflação extremamente elevada, poder de compra reduzido e os trabalhadores aceitam isso passivamente”, questionou Ascensão Silva, acrescentando no rol dos problemas os salários congelados na administração pública desde 2011.  

Uma situação para a qual, asseverou, “precisa-se fazer alguma coisa” e com um “papel importante” dos trabalhadores.  

“Porque os sindicatos e dirigentes sindicais representam os trabalhadores e terão que fazer aquilo que estes decidirem”, reiterou, com a ideia de ser preciso redinamizar a actividade sindical e chamar os trabalhadores para as acções de luta que forem necessárias.  

Júlio Ascensão Silva acredita que a resolução dessa “letargia” também passa pela formação, vista por ele como a “prioridade das prioridades” do movimento sindical.  

Tanto assim é que, o antigo secretário geral da UNTC-CS abordou o assunto numa formação que ministrou tendo por tema “Sindicalismo em Cabo Verde; Origem, percurso, e desafios de hoje” e que inaugurou a VI da conferência electiva do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Sintap), realizada entre hoje e sexta-feira, 10, no Mindelo.  

Segundo a mesma fonte, constata-se hoje que há delegados, dirigentes e activistas sindicais que “não têm a noção de como é que um sindicato funciona, qual o relacionamento entre o sindicato e a central sindical e quais são as competências, os direitos e deveres dos delegados sindicais”, criticou.  

A conferência do Sintap reúne no Mindelo 50 delegados e dirigentes das ilhas de São Vicente, Santo Antão, Fogo e Santiago, que devem eleger na sexta-feira, 10, os novos órgãos através de uma lista única liderada por Jorge Coelho, actual presidente do sindicato.  

LN/AA  

Inforpress/Fim 

Facebook
Twitter
  • Galeria de Fotos