Mindelo, 08 Set (Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, garantiu que ainda não há uma data para a Academia Jotamonte retomar as actividades culturais devido a “várias remodelações” a serem feitas no espaço.
Conforme o autarca adiantou à imprensa, o maior anfiteatro da ilha, que nos dois últimos dias acolheu a sessão da assembleia municipal, esteve em obras de manutenção antes da pandemia de covid-19, mas, ainda está com “vários problemas”, entre os quais da motobomba nas casas de banho, o piso, de alagamento e que não permitem o espaço estar em condições.
“Necessitamos de ter calma para fazer investimentos”, explicou Augusto Neves, relembrando que as obras da câmara municipal dependem da entrada de receitas e do orçamento, que é uma previsão, e ainda de concursos.
A mesma fonte reconheceu que a academia de música, com espaço para 500 lugares, “é um dos melhores recintos culturais do país”, mas, que precisa ter alguma atenção, daí, não ser possível dar resposta aos “vários pedidos” recebidos para eventos grandes.
“Mas, o pessoal quer isso, porque aqui tem tudo, tem um bom espaço, tem boas cadeiras, tem um bom ar condicionado, tem bom equipamento sonoro e é gratuito, porque no dia que colocarmos tudo isso a um preço, as pessoas não vão querer”, advogou.
Augusto Neves reafirmou a necessidade de conservação do espaço cultural, que foi edificado nos anos 80 e que se encontrava em algum estado de deterioração, por estar a ser utilizado “quase todos os dias”.
A academia recebeu o nome em homenagem ao compositor cabo-verdiano Jorge Fernandes Monteiro, mais conhecido pelo pseudónimo “Jotamonte”, ou pela alcunha “Jorge Cornetin”, que nasceu a 01 de Outubro de 1913, a bordo de um barco a caminho dos Estados Unidos da América.
Jotamonte frequentou o Liceu, mas o interesse pela música levou-o a preferir as aulas do maestro José Alves Reis. Frequentou o Conservatório em Lisboa e obteve o diploma do Curso Médio. Foi professor de Canto Coral no Liceu e regente da Banda Municipal do Mindelo e da Praia.
Em 1973 reformou-se e continuou a sua actividade dirigindo a Banda Municipal de São Vicente de 1983 a 1992.
Como compositor, apresentava a sua obra em três grandes linhas: o nacionalismo (amor pela sua ilha São Vicente), as “homenagens” a grandes personalidades cabo-verdianas, e a lírica.
Faleceu na cidade do Mindelo a 21 de Novembro de 1998.
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