Achada Igreja, 20 Nov (Inforpress) – Profissionais afectos a vários serviços da Câmara Municipal de São Salvador do Mundo, no interior de Santiago, ameaçaram hoje realizar uma greve, caso a autarquia não satisfaça as suas reivindicações até 30 de Novembro.
A informação foi avançada hoje à Inforpress pelo vice-presidente do Sindicato da Indústria, Serviços, Comércio, Agricultura e Pesca (SISCAP), Francisco Furtado, indicando que findo este prazo os trabalhadores vão reunir-se para concertar a data da greve ou outras formas de luta.
A decisão saiu após um encontro realizado hoje em Achada Igreja, São Salvador do Mundo, entre o SISCAP e os trabalhadores da autarquia salvadorenha, mormente os profissionais do saneamento, fiscais, técnicos, guardas nocturno e diurno, bombeiros, condutor e pessoal de apoio operacional.
De entre os incumprimentos dos cadernos reivindicativo contantes nas notas entregues à edilidade salvadorenha, desde Dezembro de 2019 a Setembro de 2021, apontou a actualização da grelha salarial de um condutor de acordo com o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) de 2013 com efeitos retroactivos, e aumento salarial de 2,2 por cento (%) atribuído pelo Governo ao quadro da administração Pública, com efeito a Janeiro 2019 e com retroactivos.
Das pendências constam ainda progressões de todos os trabalhadores, tendo em conta como tempo de permanência na carreira os quatro anos de permanência na categoria até 2013, promoção e reclassificação dos funcionários, não inscrição obrigatória de alguns trabalhadores no sistema do Instituto Nacional da Previdência Social (INPS), nos termos da lei e não envio dos descontos das quotas sindicais dos trabalhadores, nos termos do artigo 78º do Código Laboral Cabo-verdiano.
Relativamente ao aumento salarial de 2,2 %, lembrou que deveria ser pago no mês de Setembro do corrente ano, conforme foi acordado verbalmente com o edil salvadorenho, Ângelo Vaz, num encontro realizado entre a câmara e o SISCAP no dia 23 de Fevereiro de 2021.
Para ele, o não cumprimento das referidas reivindicações, representa um “claro desrespeito” por parte da edilidade salvadorenha para com as exigências dos colaboradores, que, segundo lembrou, tem provocado perda do poder de compra e empobrecimento no seio dos mesmos.
“O SISCAP entende que é da responsabilidade do presidente da câmara intervir na resolução desses problemas e exorta-o a mandar tomar as providências que se julgarem necessárias para a melhoria das condições de vida dessas classes profissionais de quem muito se tem exigido, principalmente nesse momento de pandemia que assola o mundo e Cabo Verde e perante um mau ano agrícola”, sublinhou.
Por outro lado, disse esperar que a Câmara Municipal de São Salvador do Mundo tudo faça para a reposição da legalidade e pela valorização do trabalho prestado por esses profissionais, que acrescentou vem enfrentando enormes problemas financeiros.
FM/ZS
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