João Teves, 19 Set (Inforpress) – O Presidente da República (PR) desafiou hoje os professores a serem suficientemente criativos de forma a ajudarem as crianças, adolescentes e jovens a desabrocharem, a serem curiosos, pois deles dependem o futuro do País.
José Maria Neves falava à imprensa depois de efectuar uma visita ao liceu Luciano Garcia, no município de São Lourenço dos Órgãos, onde enfatizou o “importante papel” dos professores no processo da educação e na formação das novas gerações, realçando que “nas mãos dos professores se encontra o futuro de Cabo Verde”.
Segundo o Chefe de Estado, hoje temos professores mais qualificados, pelo que “é preciso que os professores sejam suficientemente criativos para ajudarem as crianças, adolescentes e jovens a desabrocharem, a serem curiosos e descontentes para poderem criar soluções novas a partir da pesquisa, da indagação e encontrar soluções positivas para o futuro do País”.
Questionado sobre a importâncias dessas visitas às escolas, sublinhou que muitas vezes, no País, as discussões são feitas através de percepções ou então das redes sociais, defendendo assim a necessidade de ir até o local, ver os ganhos, os desafios e, sobretudo, procurar soluções.
José Maria Neves evidenciou que os cabo-verdianos já tiveram muitos problemas na vida, o que lhes têm voltado para problemas, sendo agora necessário redireccionar a forma de agir e pensar para soluções, para coisas positivas, construir pontos e entendimentos das principais questões.
E visitar as escolas, destacou, é uma forma de estar com os dirigentes, ver a forma como estes estão a abordar os desafios que têm pela frente, ver as soluções, ganhos, reforçando que “há imensos ganhos no sistema educativo cabo-verdiano”, reconhecendo também que “ainda há muito por fazer”.
A questão das mudanças climáticas também mereceu a atenção do chefe de Estado e mesmo da comunidade educativa que o recebeu com a declamação de um poema sobre este assunto, onde José Maria Neves destacou que um País arquipélago como Cabo Verde tem de prestar muita atenção a tudo o que acontece a nível do ambiente.
“Já há experiência dos impactos do clima em Cabo Verde, muitos anos de seca, períodos de fome, mortandade”, elencou, realçando que o povo cabo-verdiano foi construindo a sua resiliência, tendo em conta a severidade do clima e a escassez de recursos.
Daí, defendeu que é extremamente importante e interessante que as escolas estejam voltadas para a discussão destas questões no sentido de preparar as futuras gerações de modo a que o País possa crescer sim, mas tendo um crescimento inclusivo e ambientalmente sustentável”.
Ainda, na questão da educação, o Presidente da República discorreu sobre a paternidade e maternidade responsáveis, salientando que “a educação é uma responsabilidade do Estado”, mas, reforçou que as famílias e pessoas mais próximas devem participar activamente no processo educativo.
Evidenciou que, em Cabo Verde, cada vez mais estão a aumentar os fenómenos da maternidade e paternidade irresponsável, da gravidez na adolescência, da violência sexual contra menores, defendendo que é preciso agir para debelar esses problemas definitivamente da sociedade cabo-verdiana.
“A escola pode ser um espaço de aprendizagem, de novas atitudes e novas práticas relativamente a essa questão”, disse o Presidente da República, enfatizando que os estudantes não devem ter pressa, pois a única pressa que estes devem ter agora é de aprender e aprender, e não ter pressa de ter filhos, de fazer coisas que não se compadecem com a qualidade de vida que os adolescentes devem ter, vendo assim a escola como sendo “o fermento de erupção das novas práticas e atitudes, para uma sociedade mais sã”.
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