Porto Novo, 20 Set (Inforpress) – Pelo menos, dois investidores, um de origem chinesa e outra de nacionalidade europeia, já manifestaram interesse em investir na cimenteira no Porto Novo, Santo Antão, que está desactivada há cinco anos, anunciou o edil portonovense, Aníbal Fonseca.
Aníbal Fonseca confirmou que a câmara do Porto Novo está a par do interesse desses investidores, estando as negociações “ainda numa fase embrionária”, mas há “muita fé” em que se consiga engajar os empresários para revitalizar a indústria de pozolana em Santo Antão.
Os responsáveis municipais consideram as pozolanas “um recurso estratégico” para o desenvolvimento de Santo Antão e, por isso, nas suas missões em Cabo Verde e no estrangeiro têm feito a promoção deste recurso natural abundante nesta ilha, cujas reservas estimam-se em dez milhões de toneladas.
“Temos feito a promoção nas nossas missões e há interesse de, pelo menos, dois investidores nas pozolanas. Estamos a trabalhar ainda numa fase primária, mas temos muita fé que conseguiremos engajar investidores consistentes para a indústria de pozolanas”, notou o autarca.
Anibal Fonseca assegurou que a sua autarquia está “a fazer os possíveis” para encontrar “os investidores certos” para retomar a produção do cimento pozolânico no Porto Novo, interrompida em Junho de 2013, com o encerramento da cimenteira Cabocem, propriedade de um grupo de empresários italianos.
O Governo está na posse de “um dossiê” sobre essa indústria e existe “um compromisso” do Executivo de trabalhar com a câmara do Porto Novo na procura de um parceiro estratégico para a fábrica.
A situação de abandono da fábrica de cimento pozolânico tem estado a inquietar os portonovenses que, já por inúmeras vezes, pediram aos responsáveis locais para, junto do Governo, encontrar uma saída para esta indústria cimenteira “de grande potencial” para Santo Antão.
A fábrica de cimento pozolânico, Cabocem, foi instalada em 2005, por um grupo de investidores italianos, num investimento a rondar os 500 mil contos.
Com um contrato de concessão da exploração das pozolanas por um período de 25 anos, o grupo de investidores tinha proposto produzir, anualmente, 80 a 100 mil toneladas de cimento pozolânico, além de derivados (telhas e outros) para o mercado nacional.
Mas, o empreendimento foi “sol de pouca dura”, já que, poucos anos depois da inauguração, a fábrica, situada em Fundão, a cinco quilómetros da cidade do Porto Novo, começaria a enfrentar dificuldades, situação que, segundo alegou, na ocasião, a sua administração, deveu-se a “problemas de mercado”.
A actual equipa camarária tem aproveitado a vinda a Santo Antão de investidores e representações diplomáticas para abordar a situação da fábrica de cimento pozolânico e da necessidade do relançamento dessa indústria cimenteira, tendo em conta a sua importância para a economia local.
As cerca de duas dezenas de trabalhadores que ficaram no desemprego em 2013, com o encerramento da unidade, ainda aguardam pelos salários atrasados (cinco meses) e pelas indemnizações, na ordem dos três mil contos.
JM/ZS
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