Ponta do Sol, 28 Jan (Inforpress) – O presidente da Associação dos Municípios de Santo Antão, Orlando Delgado, disse hoje que os três concelhos – Paul, Ribeira Grande e Porto Novo – vão continuar a lutar para que haja, efectivamente, o aeroporto na ilha.
“Desde de 1984, já tínhamos um aeroporto e, nesse sentido, da mesma forma que todos os santantonenses participam no desenvolvimento do país, com a construção de aeroportos noutras ilhas, desta vez, espero que o Governo possa aceder a essa grande reivindicação do povo desta ilha”, apelou Orlando Delgado.
O presidente da Associação dos Municípios de Santo Antão disse ainda que a ilha necessita do aeroporto para que possa integrar-se, a nível do país e do mundo, e desenvolver o turismo em Santo Antão que, segundo o autarca, tem um potencial que outra ilha não tem.
Em Maio de 2019, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, confirmou, no Parlamento, durante o debate mensal com os deputados, a conclusão dos estudos do aeroporto de Santo Antão em 2020.
A conclusão dos estudos do aeroporto de Santo Antão, que decorreram durante três anos, faz parte de um pacote de investimentos, na ordem dos sete milhões de contos, que o Governo tem para o sector aeroportuário em Cabo Verde, no horizonte 2021, segundo o chefe do Governo.
Esse pacote abarca ainda investimentos a nível da iluminação do aeródromo de São Filipe e intervenções nos aeroportos internacionais da Boa Vista e de São Vicente.
Os estudos para a construção do aeroporto de Santo Antão foram iniciados em 2016, com levantamentos orográficos, e prosseguem neste momento com a recolha, por uma estação automática, de dados atmosféricos relativos à pressão do ar, temperatura, humidade, direcção do vento e precipitações.
A estação, instalada desde 2017, nas imediações de Ponte Sul/Casa de Meio, a sete quilómetros da cidade do Porto Novo, zona provável para a localização do aeroporto, tem possibilitado à equipa pluridisciplinar, responsável pela elaboração dos estudos, recolher dados atmosféricos que possam permitir a implantação da obra.
Até ao mês de Abril, os dados recolhidos por essa estação automática no âmbito dos estudos eram “bem animadores e positivos”, segundo a empresa dos Aeroportos e Segurança Aérea (ASA).
Na sua mais recente visita a Santo Antão, há dois meses, o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, informou que o Governo e as câmaras municipais de Santo Antão estão “a trabalhar” com o sector privado para “viabilizar” o aeroporto desta ilha.
Santo Antão não tem ligação aérea desde 2003, altura em que se procedeu ao fecho do aeródromo Agostinho Neto, na Ponta do Sol, com a justificação de que não havia aviões para operar nessa pista, com menos de 600 metros de comprimento e sem condições de ampliação.
O encerramento do aeródromo ocorreu quatro anos depois do desastre aéreo em Santo Antão, envolvendo a aeronave Dornier da Guarda Costeira, operado pelos Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV), que, naquela altura, já tinham alienado o avião Twin Otter, baptizado de “Djô Canela”, por possuir “trens de aterragem rígidos, não retrácteis”.
LFS/JMV
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