Porto Novo, 23 Abr (Inforpress) – O ambiente social que se vive em Santo Antão é “preocupante e de total desalento, havendo famílias que mal conseguem levar a pena ao lume”, alertou, segunda-feira, a Comissão Politica Regional do PAICV (oposição), na ilha.
O presidente da Comissão Politica Regional do PAICV em Santo Antão, Saturnino Baptista, considera que o momento por que passa a ilha, devido a dois anos de seca sucessivos, exige “uma atenção especial” à esta região, que, a seu ver, passa pela implementação de “um programa de emergência virado, particularmente, para as famílias que vivem no campo”.”
É isso que o PAICV em Santo Antão exige dos governos local e central”, avançou Saturnino Baptista, alertando que o desemprego continua a aumentar nesta ilha, “contrariando a promessa de emprego digno para os jovens, que estão a ser obrigados a abandonar a ilha por falta de alternativas”, disse ainda este responsável.
A actual situação por que passa Santo Antão, segundo o líder regional do PAICV, pode, igualmente, obrigar as famílias a retirarem os seus filhos do ensino superior “por falta de rendimentos para suportar os custos com a educação”.
“O poder de compra e as condições de vida das famílias continuam a degradar-se dia pós dia, fruto do aumento dos preços dos combustíveis, agravado com o recente aumento dos preços da energia e água”, notou Saturnino Baptista, para quem os 45 mil contos anunciados pelo Governo para Santo Antão para a mitigação dos efeitos da seca “precisam sair do papel”.
Esses valores, no seu entender, precisam ser aplicados na realizarão de acções ligadas à mobilização de água, reparação dos sistemas de rega, entre outras, intervenções que, além de apoiar os agricultares, também permitem gerar empregos para as famílias.
“Face às dificuldades que a ilha enfrenta neste momento, devíamos apelar a sensibilidade e união de todos, pedindo medidas necessárias para socorrer, com urgência, as populações, que não podem esperar mais”, declarou ainda este responsável, que refuta as acusações do MpD (poder) nesta região, que responsabilizou o PAICV pelo “chumbo” da proposta de lei sobre regionalização.
“Todo o mundo sabe que o principal culpado nesse processo é o MpD e o Governo que sabiam que precisavam da maioria de dois terços (2/3) dos votos dos deputados para a aprovação da proposta”, explicou o líder do PAICV em Santo Antão, para quem o MpD, perante a incapacidade de revolver os problemas, tenta eleger o PAICV como bode expiatório”.
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