Assomada, 20 Dez (Inforpress) – A Câmara Municipal de Santa Catarina, no interior de Santiago, inaugurou hoje a primeira creche pública, em Nhagar, Assomada, para receber crianças dos 0 aos 3 anos de famílias vulneráveis para libertá-las enquanto trabalham, sobretudo as mães.
O acto de inauguração desse estabelecimento educativo, que fica alojado nas instalações do Jardim Infantil de Nhagar, recentemente requalificado, orçado em 900 contos, foi co-presidido pelo presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, José Alves Fernandes, pela directora-geral de Família e Inclusão Social, Mónica Furtado, e pela vereadora do Desenvolvimento Social, Isabel Monteiro.
Na ocasião, Isabel Monteiro explicou que a criação desse espaço público tem como objectivo apoiar, principalmente, as mães chefes de famílias que vivem em situação de vulnerabilidade e que muitas vezes não têm condições para pagarem uma creche privada, daí, segundo ela, a criação dessa creche, em parceria com o Ministério da Família e Inclusão Social (MFIS).
Relativamente à mensalidade, a autarca informou que as famílias vão pagar um valor “simbólico”, que vai servir para apoiar na alimentação das crianças, tendo em conta que objectivo da edilidade, afiançou, não é concorrer com o sector privado.
Segundo a mesma fonte, a autarquia pretende com esse estabelecimento educativo apoiar crianças que ficam na rua ou as que as suas mães as levam para o mercado novo de Achada Riba, por estas não terem um lugar para deixar esses bebés e crianças dos 0 aos 3 anos.
Nesse sentido, disse acreditar que com esse espaço, os pais vão poder deixar os seus bebés e crianças num “lugar seguro”, onde os mesmos vão ter uma refeição quente e um “bom acompanhamento”.
A creche pública tem capacidade para receber 25 crianças dos 0 aos 3 anos, que ainda não têm idade para frequentar o jardim infantil e serão orientadas por três cuidadoras de infância e quatro monitoras de infância.
Questionado se o espaço ora inaugurado tem condições para receber crianças com necessidades especiais, Isabel Monteiro disse que não, tendo, no entanto, assegurado que o executivo camarário vai trabalhar, em parceria com o MFIS, para que nos “próximos tempos” possa dotar o município de uma creche com condições para acolher também crianças com necessidades espaciais.
Ainda hoje, câmara municipal inaugurou o Jardim Infantil de Boa Entrada, que passou por obras de requalificação.
Segundo esta responsável, a infra-estrutura passa a contar, de momento, com duas casas de banho e uma cozinha, para que as crianças possam ter melhores condições de aprendizagem e um lugar com melhor aconchego.
O Jardim de Boa Entrada tem cerca de 20 crianças, orientadas por duas monitoras.
A reabilitação e construção de duas casas de banho e uma cozinha custaram 1200 contos, numa parceria entre a câmara e Governo, através do MFIS.
Essas inaugurações, sustentou a autarca, foram feitas nessa época festiva com o propósito de presentear as crianças de Nhagar e da Boa Entrada.
Por sua vez, Mónica Furtado lembrou que o projecto das creches está enquadrado no Plano Nacional de Cuidados, onde o eixo fundamental do mesmo é o apoio a equipamentos de cuidados, sobretudo os públicos geridos pelas câmaras e associações, tendo em conta que são instituições que conseguem garantir este serviço a um “preço mais acessível” e com foco nas famílias com menos rendimento.
Além dessa creche pública, ora inaugurada, que contou com a parceria do MFIS, a mesma fonte lembrou que também têm apoiado empreendimentos a nível privado e que têm ministrado formações de cuidadores nesse município do interior de Santiago.
“O objectivo é que o cuidado a criança seja dado tanto pelas câmaras, associações e privados, para que possamos garantir que todas as crianças possam ter um local razoável, onde as famílias as possam deixar enquanto trabalham”, explicou aquela responsável.
FM/JMV
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