Assomada, 28 Jan (Inforpress) – Um total de 70 agricultores da zona agrícola de Tabugal, no município de Santa Catarina (Santiago) passa a ter água para rega com a entrada em funcionamento do sistema de aproveitamento hidroagrícola da barragem de Saquinho hoje inaugurado.
A resolução do problema de falta de água, resultante deste projecto, é uma reivindicação antiga dos proprietários e agricultores dessa ribeira, problema, que segundo os mesmos , vem se arrastando desde 2011, no início da construção da barragem de Saquinho, cujas obras entupiram uma nascente (poço) de água destinada à rega, deixando-os assim impedidos de cultivarem as suas parcelas de terra.
O projecto de aproveitamento hidroagrícola a jusante das barragens a nível nacional, orçado em mais de 200 mil contos, de acordo o Ministério da Agricultura e Ambiente (MAA), é um “investimento muito importante” para a valorização da água existente nas barragens.
O mesmo, segundo o MAA, irá permitir a instalação de um sistema de rega para as zonas de influência das barragens, modernização, aumento da produção agrícola, e, sobretudo, uma melhor gestão de água para rega.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, destacou o facto de mesmo com a falta de acesso/estrada e em meio de “muitas dificuldades” os agricultores da Ribeira de Tabugal não terem desistido, mas sim continuaram a produzir para a economia e para o seu próprio bem-estar.
“Hoje é um dia grande. Estamos a cumprir com aquilo que prometemos”, declarou Ulisses Correia e Silva, reiterando que as barragens não são suficientes para solucionar o problema de falta de água, e neste particular, lembrou que esta infra-estrutura hídrica foi construída por cima de uma nascente (poço) de água destinada à rega.
Além de levar água à essa ribeira, lembrou que está em curso a abertura da estrada de Tabugal, numa primeira fase, orçada em 20 mil contos.
Tal investimento, segundo o chefe do Executivo, tem como objectivo fazer com que os homens do campo deixem de carregar os produtos à cabeça para fazê-los chegar ao mercado e permitindo ainda que tenham “mais rendimento”, melhor produção e melhor contribuição para a economia local.
Na ocasião, lembrou que o Governo está a fazer forte investimento na rega gota-a-gota, referindo-se ao programa de subvenção de instalação do sistema de rega gota-a-gota, num montante de 120 mil contos, que prevê atingir 60 por cento (%) ou mais de penetração de rega gota-a-gota a nível nacional.
Além dessa subvenção, em que cada agricultor a nível nacional vai beneficiar de um tecto máximo de 75 contos ou 2500 metros quadrados de terreno, o primeiro-ministro lembrou que o executivo está ainda a dar incentivos fiscais e aduaneiros para aquisições de equipamentos para a agricultura.
Por isso, apelou aos agricultores para aproveitaram tais medidas destinada ao sector.
Ao usar da palavra, em representação dos agricultores, Jorge Miguel não tem dúvidas que a vida dele e dos seus colegas vão mudar a partir de hoje.
É que, segundo o também presidente da Associação dos Agricultores de Tabugal, com a implementação do sistema de rega gota-a-gota , vão passar a ter melhor produção e rendimento, e que com a conclusão das obras da estrada vai diminuir o esforço dos agricultores, que, lembrou, leva os produtos à cabeça para conseguir coloca-los no mercado.
No acto de inauguração estiveram ainda presentes a presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, Jassira Monteiro, e equipa camarária, a ministra das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação, Eunice Silva, em representação do ministro da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, e agricultores e proprietários.
Durante a sua estada em Santa Catarina, o primeiro-ministro se inteirou ainda do andamento das obras de reabilitação da estrada Chão Formoso/Gil Bispo/Cruz de Picos/Boa Entradinha, da estrada Chã de Tanque/Palha Carga/Entre Picos de Reda/Lagoa, e ainda das estradas de Achada Tossa/Tabugal e de Tomba Touro/Charco/Achada Leite à Ribeira da Barca.
A visita culminou com uma “conversa aberta” entre o chefe do Governo e os ‘hiacistas’ do Terminal Rodoviário de Assomada, onde foram abordados temas relacionados com a isenção das taxas alfandegárias e dos impostos.
FM/JMV
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