São Filipe, 24 Mai (Inforpress) – O vereador Carlos Rodrigues, da Câmara Municipal de Santa Catarina do Fogo, acusou hoje o edil local de lhe retirar parte das pastas por se ter disponibilizado para a sondagem que indicará o candidato à presidência da câmara em 2024.
Carlos Rodrigues, que desde 2020 assumiu as funções de vereador pelas áreas das Infra-estruturas, Urbanismo, Acção Social e Educação, ficou apenas com o pelouro da Educação, sendo que o das Infra-estruturas e Urbanismo passou para a vereadora Ardileza Montrond e o da Acção Social para a vereadora Maria José Fonseca.
Em declarações à Inforpress, Carlos Rodrigues explicou que no passado dia 17 de Março, no encontro da Comissão Politica do MpD a nível de Santa Catarina do Fogo anunciou a sua disponibilidade para, em 2024, participar na sondagem para a escolha de candidatos para a presidência da câmara municipal, porque, adiantou, o actual presidente, Alberto Nunes, prometera que exercia apenas dois mandatos e inclusive, segundo o mesmo, fez promessas de que em 2024 seria o vereador Carlos Rodrigues o seu sucessor na câmara.
“A partir desta data o clima começou a modificar no trabalho e no relacionamento e na segunda-feira, 22, na reunião da câmara acabou por deliberar e retirou a pasta das Infra-estruturas e Urbanismo para vereadora Ardileza e Acção Social para a vereadora Maria José Fonseca”, disse Carlos Rodrigues.
Na mesma ocasião, deliberou que os vereadores residentes no município de Santa Catarina continuam com transportes no percurso casa/trabalho/casa e ao vereador Carlos Rodrigues, o único que reside no município de São Filipe, atribuiu um subsídio de transporte, revogando a deliberação anterior que assegurava ao mesmo o transporte através da utilização de uma viatura da edilidade.
O vereador não encontra razões de fórum profissional para a retirada das pastas e do transporte a não ser o facto de ter manifestado a vontade de participar na sondagem para escolha dos candidatos, acrescentando que o presidente fundamentou que o mesmo está a ter muita visibilidade junto das empresas e das famílias subsídio mais pobres, através das áreas que estão sob a sua jurisdição e em relação a viatura o receio de que poderá utilizá-la para outros contactos.
A educação como tem mais problemas neste momento com a problemática do pagamento dos condutores que asseguram o transporte escolar dai ter deixado sob a sua responsabilidade, lembrando que a nível das Infra-estruturas todos os concursos públicos passam pelo vereador e que acção social devido ao contacto com as famílias com maiores dificuldades.
Carlos Rodrigues disse à Inforpress que só manifestou a sua disponibilidade porque ainda em Novembro de 2022 o edil Alberto Nunes tinha afirmado que cumpriria o segundo mandato e que não seria candidato a um terceiro mandato, acrescentando que depois de regressar dos Estados Unidos da América em Janeiro de 2023 mudou de posicionamento.
“Como muitas pessoas estão a solicitar tomei a decisão, na reunião da Comissão Política, de manifestar a disponibilidade para sondagem para a escolha do candidato à presidência da câmara e esperava o apoio de Alberto Nunes”, disse Carlos Rodrigues que ficou surpreendido pelo facto de na mesma reunião o actual presidente ter manifestado a sua disponibilidade para um terceiro mandato.
Na sequência da retirada das pastas e do transporte, Carlos Rodrigues avançou com uma proposta para a sua desprofissionalização, mas o presidente não aceitou porque sabe que a desprofissionalização passa pela deliberação da Assembleia Municipal de Santa Catarina do Fogo e não tem o número de votos suficiente para o fazer, acrescentando que as medidas adoptadas pelo edil Alberto Nunes lhe dá mais força e moral para avançar com a sua disponibilidade.
A Inforpress tentou, via telefónica, o contacto com o presidente da edilidade de Santa Catarina do Fogo para auscultar a sua reacção em relação às acusações, mas não foi possível.
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