Assomada, 08 Set (Inforpress) – O director nacional das Aldeias SOS de Cabo Verde disse hoje que a instituição quer, com o projecto agro-pecuário financiado em mais de 6.000 contos pela Embaixada do Japão, despertar interesse das suas crianças e jovens para este sector.
Dionísio Pereira manifestou esta intenção em declarações à imprensa em Assomada, Santa Catarina, no interior de Santiago, após o acto de assinatura do contrato de financiamento para a reabilitação das instalações agrícolas e pecuárias das Aldeias Infantis SOS, em Assomada.
O projecto, com o tempo de implementação de um ano, tem como objectivo principal a sustentabilidade económica, ambiental e alimentar dos programas da Aldeias Infantis SOS de Assomada, através da implementação de energia solar e instalações agro-pecuárias.
“Este projecto vai reforçar um conjunto de acções que tínhamos em andamento outrora, mas como não tínhamos os recursos suficientes não conseguimos fazê-las ganhar escala e atender algumas das nossas necessidades”, indicou, acrescentando que pretendem, com este projecto, fazer com que as suas crianças e jovens valorizem a terra como têm feito com o digital.
Este projecto agropecuário, segundo Dionísio Pereira, contempla a criação de aves de capoeira, pocilgas, construção de cisternas de água, treinamento de crianças e jovens, visando despertar o interesse dos mesmos para a agricultura e pecuária.
“O sustento das pessoas é por via da terra, então estamos a educar os nossos meninos no sentido de darem valor, de explorarem e verificarem qual é importância de trabalharem no sector agro-pecuário. Nada melhor do que colocá-los a fazer para que possam aprender para que no futuro possam abraçar este sector como profissão”, continuou.
Mais do que mostrar a importância da agricultura e pecuária às crianças e jovens da instituição que dirige, Dionísio Pereira vê nesses sectores uma alternativa ao desemprego, tendo em conta, que segundo lembrou, as Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde querem que todos os jovens que passarem pela instituição tenham um emprego.
O projecto, segundo Dionísio Pereira, além do treinamento, capacitação para os internos e melhoramento da dieta alimentar nas Aldeias Infantis SOS de Cabo Verde, neste particular a de Assomada, vai reduzir os custos de funcionamento da mesma.
O embaixador do Japão em Cabo Verde com residência em Dacar, Senegal, Izawa Osamu, por seu lado, lembrou que o acordo, ora assinado, faz parte do programa de Assistência a Projectos Locais (APL) do Japão, contribuindo para a segurança humana, neste particular em Cabo Verde.
O diplomata japonês acrescentou que o seu país tem fornecido ajudar alimentar a Cabo Verde durante muitos anos como parte da sua ajuda pública ao desenvolvimento não reembolsável, visando ajudar o País no combate à insegurança alimentar, cuja seca resultante das alterações climáticas agravou o défice alimentar, expondo ainda mais a população vulnerável à insegurança alimentar.
“Apostamos hoje em mais um instrumento para combater a insegurança alimentar a longo prazo: a busca pela auto-suficiência alimentar. Para fazer isso, é muito importante desenvolver um ambiente no qual as pessoas possam satisfazer as suas necessidades por si mesmas. Assim, este projecto contribuirá para o aumento da produção alimentar em Cabo Verde e complementar à anterior ajuda japonesa”, concretizou.
Por fim, disse acreditar que a cerimónia de assinatura do protocolo no âmbito do “projecto de melhoria e reabilitação de instalações agrícolas e pecuárias da Aldeias Infantis SOS Assomada” contribuirá para o estreitamento dos profundos laços de amizade e de solidariedade que já existem entre Cabo Verde e o Japão.
FM/HF
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