Espargos, 13 Jan(Inforpress) – O presidente da Câmara Municipal do Sal, Júlio Lopes, asseverou hoje que celebrar a democracia é também trabalhar para os mais vulneráveis e eliminar as desigualdades sociais que ainda afectam “muitos” cabo-verdianos.
Cumprindo a tradição, Júlio Lopes que falava na sessão solene de celebração do Dia da Liberdade e da Democracia, assinalado hoje, explicou que cerca de 25 por cento da população cabo-verdiana vive ainda na pobreza, observando que a democracia e desenvolvimento “têm de estar de mãos dadas”.
Fazendo uma retrospectiva no tempo, desde a data da independência, em Julho de 1975 até ao 13 de Janeiro, altura em que se deu a abertura política no país, o autarca apela os eleitos do povo a comprometerem-se a ser mais tolerantes, abertos e trabalhar para resolver os problemas das populações.
“Cumprir os compromissos assumidos com o povo por forma a possibilitar mais rendimentos, bem-estar, e mais felicidade às nossas populações. Assim que é a melhor forma de celebrar a democracia. Não só com palavras, mas com actos”, manifestou.
Por sua vez, Kátia Carvalho, líder da bancada do PAICV (oposição), questionou que, decorridos 28 anos, e com “sucessivos progressos” de alternância política, realizados no “respeito pela legalidade” e do qual resultaram governos democráticos, se se está a comemorar os valores da liberdade e da democracia ou se “apenas” está-se a assinalar a data.
“O princípio da liberdade dá-nos a prorrogativa de reflectir sobre a questão porque o objectivo do ser humano é trabalhar, aperfeiçoar e fazer o melhor que aqueles que lhes antecedem. Só assim poderemos falar em construir, crescer e desenvolver”, ponderou.
Reflectindo sobre o empoderamento da mulher e sua participação política, social e económica, ao princípio da igualdade e o respeito pela diferença, entre várias outras inquietações, a eleita municipal, analisa, dizendo que democracia é quando “todos são capazes de ser um só”.
Kátia Carvalho conclui o seu discurso lançando o desafio no sentido de “todos” trabalharem para a “construção de mentes livres” e para a dignidade da pessoa humana.
“Só com dignidade e mentes livres se alcança a verdadeira liberdade e democracia”, enfatizou.
Já Nuno Lopes, líder da bancada do MpD (situação), destacou também a necessidade da consolidação da democracia, percebendo ser um compromisso de todos, com noção “clara” que o caminho a percorrer “é ainda maior”.
“Um compromisso de todos com a noção clara que ainda temos que melhor, visando um Estado moderno, confiável, que promova a igualdade de direitos e oportunidade para todos, através da não discriminação e transparência, da rigorosidade e isenção de todos os poderes nela consagrados na nossa Constituição”, sublinhou.
Enumerando, alguns ganhos e desafios inerentes ao desenvolvimento do Estado democrático, Nuno Lopes considerou que as maiores ameaças da democracia cabo-verdiana dizem respeito às fragilidades económicas e sociais, congratulando-se ao mesmo tempo com o Orçamento de Estado para 2019.
“O 13 de Janeiro é de todos porque a liberdade e a democracia não têm partido, cor ou religião. É uma condição que se impõe e para tal estejamos juntos porque só assim teremos a nossa independência total”, concretizou.
SC/ZS