Ribeira Grande: PAICV acusa MpD comprar a consciência dos munícipes

Ponta do Sol, 18 Jan (Inforpress) – O deputado da bancada do PAICV José Manuel Monteiro acusou hoje o MpD de comprar a consciência das pessoas mais vulneráveis nas eleições autárcicas do dia 25 de Outubro.

José Manuel Monteiro, que falava no período antes da ordem-do-dia, na primeira sessão ordinária da Assembleia Municipal da Ribeira Grande, pontuou que muitas coisas estranhas e anómalas aconteceram nos dois últimos meses do mandato anterior, que acabaram por desvirtuar o desfecho eleitoral.

“Fomos confrontados com uma luta desigual e desleal, onde o MPD, partido vencedor destas eleições, socorreu-se de recursos do município e de habituais manobras e artimanhas para atingir os seus propósitos. Isto ficou totalmente claro, à vista de todos. Só não viu quem não quis ver”, asseverou o eleito municipal.

Segundo  José Manuel Monteiro, a democracia saiu fragilizada, pois, em seu entender, muitos eleitores, mesmo conscientes da necessidade de uma mudança de paradigma na governação municipal, acorrentados pelas fragilidades humanas e pelas dificuldades económicas, originadas pela falta de oportunidades e condições para acederem a recursos mínimos, para suprirem necessidades básicas, viram-se obrigados a aceitar “migalhas”, durante e nos últimos dias da campanha eleitoral, ficando assim reféns e condicionados no exercício pleno da sua cidadania.

O eleito municipal asseverou ainda que a democracia, ao contrário do que muitos pensam, é ainda muito frágil.

“Ela não pode cingir-se somente na periodicidade das eleições, na alternância do poder e no aceitar dos resultados eleitorais.  É necessária a consolidação dos órgãos de soberania, de uma efectiva liberdade de pensamento e de expressão, do fortalecimento da economia, de uma justa distribuição de rendas e no respeito pelos direitos humanos, por forma a que cada cidadão tenha o mínimo de recursos, indispensável para suprir suas necessidades básicas e não dependerem de apoios e solidariedade alheias”, elucidou José Manuel Monteiro.

Para José Manuel Monteiro, quando as intervenções dos poderes públicos no domínio social não forem vistas como “dádivas” dos seus legítimos representantes, mas sim como a prestação de um serviço público, os eleitores poderem exercer o seu direito de voto, sem pressão e sem o sentimento de dívida, aí sim estaremos a caminhar para a consolidação da democracia, com uma sociedade mais desenvolvida e com mais progressos e benefícios para todos.

Por seu turno, o líder da bancada do MpD considerou as acusações feitas pela bancada do PAICV “graves” e exigiu que apresentasse provas “concretas” que comprovassem a intervenção do deputado José Manuel Monteiro.

“Os eleitores são suficientemente maduros, já deram provas disso, para se deixarem corromper por migalhas dai que gostaria que a bancada do PAICV apresentasse aqui factos concretos que corromperam e que, de certo modo, alterou resultado das eleições aqui na Ribeira Grande”, frisou Anísio Rodrigues.

O presidente da câmara da Ribeira Grande, Orlando Delgado considerou de “inconcebível” e “inaceitável” as insinuações “baratas” da bancada do PAICV.

“Temos de respeitar os homens e mulheres ribeira-grandenses. Cada um votou como entendeu que deveria votar. Ninguém compra a consciência de ninguém. Não aceitamos que o senhor venha cá com esse tipo de demagogia barata tentando acusar as pessoas”, pontuou Orlando Delgado.

A mesma fonte disse ainda que a câmara tem de funcionar, pois tinha um substituto e os trabalhos de construção tinham de continuar.

“A lógica é que o presidente da câmara suspende o mandato no momento que a lei o define e foi o que fiz agora a câmara continua a funcionar porque é o trabalho dela continuar. Isso é de mau perdedor as eleições foram feitas no dia 25 de Outubro e a população da Ribeira Grande é honesta sabe receber as pessoas mas depois faz a sua avaliação”, salientou Orlando Delgado.

O edil ribeira-grandense sugeriu ao deputado da bancada do PAICV a fazer um pedido de “desculpa” pelo menos nos termos que colocou a sua intervenção.

“O senhor colocou mostrando que as pessoas são mendigas, estão aí de mãos estendidas e por causa disso é que se compra a consciência das pessoas do concelho. Nós não podemos compactuar com essas coisas”, acrescentou Orlando Delgado.

LFS/HF

Inforpress/ Fim

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