*** Por Feliciano Monteiro, da Agência Inforpress ***
Assomada, 25 Mai (Inforpress) – Maimuna é uma imigrante do Benim que abriu uma “barraca de alimentação” em 2014 em Assomada e hoje faz sucesso com comidas típicas da África, que caíram no gosto dos santa-catarinense quer pelo sabor quer pelo preço.
No Dia de África, que se celebra hoje, a Inforpress foi conhecer a história dessa empreendedora do ramo da alimentação que tem uma “barraca de alimentação” nas proximidades do Mercado Novo de Achada Riba, Assomada, Santa Catarina (ilha de Santiago), que veio a Cabo Verde por causa do marido, em 2008.
“Quem me trouxe foi meu marido, e na altura não sabia nada de Cabo Verde. Vim com minha filha, por causa do meu marido que já estava aqui há vários anos e permanecemos até hoje com mais um filho que nasceu aqui”, recordou, acrescentando que, contrariamente a muitos imigrantes da costa de África que fugiram de conflitos, ela veio em busca de uma vida melhor.
Esta imigrante do Benim – país da região ocidental da África -, que começou a cozinhar em casa e as pessoas começaram a gostar da sua comida, lembrou que foi com apoio desses clientes que decidiu abrir uma pequena barraca de alimentação para vender comidas típicas de vários países africanos, sobretudo do Senegal e do país de origem.
Em Assomada, várias são outras imigrantes que estão no ramo alimentício, que também têm feito sucesso com a gastronomia dos respectivos países, que aliás, conforme constatou a Inforpress, caiu, igualmente, no gosto dos santa-catarinenses, quer pelo sabor quer pelo preço.
É que um prato de “tiep bou dien” com frango ou peixe, arroz branco, quiabo com peixe e carne, caldo mancarra e cebola, palha batata, entre outros, é vendido a 200 escudos, e muito procurado pelos trabalhadores de todos os ramos, com destaque para condutores, professores, estudantes, pessoal de vários serviços descentralizados do Estado e da construção civil.
Durante a entrevista à Inforpress, esta empresária do ramo alimentício, lembrou que antes ela e as “compatriotas” de outros países africanos vendiam os pratos por 150 escudos, mas com o aumento dos produtos aumentaram mais 50 escudos.
“As pessoas gostam dos pratos que servimos aqui, e vêm todos os dias”, disse, notando que a maioria é cliente fiel, que vai de segunda-feira a sábado degustar os pratos típicos da África que prepara.
Além da boa comida, cuja maioria dos ingredientes é encontrada no mercado nacional, com excepeção dos temperos que vêm do Senegal, notou que a chave para o sucesso do seu negócio é o bom atendimento ao cliente.
Na ocasião, esta empreendedora adiantou que o dinheiro ganho com a venda das comidas tem sido investido no seu país, ou seja, na construção de uma casa, cujas obras já arrancaram.
Maimuna, que confessa que ainda não sabe se vai voltar definitivamente ao seu país, afirmou que ela e família já têm o título de residência e estão bem integradas em Cabo Verde, neste particular, no município de Santa Catarina, onde sempre foi acarinhada por todos.
Em Santa Catarina, além do ramo de alimentação, a maioria dos imigrantes da costa africana vive do comércio informal e são poucos os que conseguiram trabalhar noutras áreas.
FM/CP
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