Mindelo, 17 Mai (Inforpress) – O reitor da Universidade do Mindelo (Uni-Mindelo) assegurou hoje, no Mindelo, que a redução da empregabilidade dos alunos do curso de energias renováveis deve-se ao “falha” do Governo em atingir os 50% de penetração na rede.
Albertino Graça defendeu esta tese, à imprensa, à margem da Semana das Energias Renováveis da universidade, assinalado de hoje até sábado, 20.
Conforme a mesma fonte, o curso, de que também é coordenador, já vai na quinta leva e tem até ao momento 120 estudantes formados com uma “boa saída profissional”, mas que, asseverou, “reduziu muito” devido a “promessa não cumprida pelo Governo de que actualmente o País estaria a 50 por cento (%) de penetração de energias renováveis”.
“Acontece que estivemos em 23%, mas, neste momento, acredito que estamos em muito menos. Isso não é só um retrocesso, falhamos redondamente no cumprimento desta meta e isso leva a alguma frustração de alguns licenciados que não conseguiram trabalhar na sua área de formação”, explicou.
Albertino Graça chama atenção para outro aspecto relacionado com os equipamentos dos parques eólicos, que a seu ver “começam a ficar velhos e precisam ser renovados”.
“Ou, o Governo verdadeiramente volta a fazer investimentos de vulto para darmos o salto nessa área, ou, vamos regredir”, defendeu, acreditando, por outro lado, que o executivo está atento a esses aspectos e que vai fazer os investimentos necessários para se atingir os tais 50% de penetração.
Quanto à semana em si, o reitor disse que vai ser aproveitado para abordar os principais sistemas de energias renováveis em Cabo Verde e ainda ter a contribuição, via video-conferência, de empresas estrangeiras multinacionais que trabalham com as energias limpas.
A ideia, di-lo Albertino Graça, é conseguir trabalhar com essas empresas e dar o contributo para o desenvolvimento do País.
Ainda com “mais ousadia”, a semana servirá para abordar, conforme a mesma fonte, assuntos realcionados com uso de hidrogénio e de energia nuclear.
“Isto aqui ainda é uma miragem e ninguém fala de energia nuclear em Cabo Verde, mas, vamos de forma académica começar a interessar-nos pela energia atómica, porque, existe no mundo, já está a ser discutido, porque é que nós não ousamos discutir”, questionou.
Albertino Graça considerou ser a academia o “melhor lugar” para a discussão de tais assuntos e dar as indicações ao Governo.
LN/CP
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