Cidade da Praia, 19 Nov (Inforpress) – O engenheiro e vice-presidente da Fundação Smart City, Guevara Cruz, considerou hoje que a redução dos custos da conectividade “é fundamental” para acelerar o processo da transformação digital em Cabo Verde.
Guevara Cruz falava aos jornalistas momentos antes de apresentar, na qualidade conferencista, o tema “A transformação digital nas organizações: que impacto na economia do país”, durante a conferência “DNRE no processo de transformação digital”.
“Neste momento, a questão da conectividade é uma questão fundamental, e, portanto, a redução dos custos da conectividade será um elemento fundamental para promover a inclusão digital. A democratização da Internet será também um outro elemento importante”, disse.
Guevara Cruz salientou que há áreas estruturantes que devem ser consolidadas, nomeadamente o ambiente regulatório, a promoção de melhores competências e qualidade de serviço público, por forma a que esse serviço público esteja à altura das expectativas dos utentes, que cada vez mais estão a exigir mais.
“O utente está disponível ‘online’ facultando os seus dados e nem sempre os serviços públicos ou do sector privado estão a responder de forma adequada, porque hoje através do digital consegue-se antecipar às necessidades reais do cidadão”, sustentou.
O engenheiro informático, que é também gestor dos projectos no Ministério das Finanças, defende a criação de condições tanto a nível das instituições públicas como privadas para que haja uma colaboração efectiva e uma maior efectividade nas respostas às demandas.
“Neste momento estamos num contexto onde a sociedade civil está mais presente no digital. Há alguma proximidade do digital com a parte de governação, políticas públicas, e, cada vez mais, o indivíduo não pede licença para falar de determinados temas porque o conhecimento está à porta” disse.
E quando se fala do serviço público, Guevara Cruz considera ainda “fundamental” que haja uma liderança “muito clara” com as equipas bem organizadas, no sentido de dar agilidade, ganhar nível de comunicação e transparência.
“Hoje em dia temos trabalho híbrido. Trabalhar de casa deixou de ser um tabu. Portanto, há um conjunto de situações que tem a ver com a cultura organizacional, com a tomada de decisão, níveis de maturidade das empresas para adopção do digital que devem ser endereçadas para darmos o salto seguinte”, realçou.
Na sua perspectiva, a pandemia criou oportunidades para o desenvolvimento digital, que devem ser aproveitadas de forma contínua, no sentido de garantir que não haja retrocessos nos ganhos conseguidos durante a pandemia.
Já na abertura da conferência, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, destacou o papel da transformação digital nas respostas da administração pública, fiscal e aduaneira durante a pandemia da covid-19.
“Reconhecemos o facto de a administração fiscal ter respondido de forma positiva e assertiva, colando a disposição dos contribuintes em formato digital as soluções necessárias para aceder às medidas de apoio disponibilizadas pelo Governo, nomeadamente ao nível das declarações necessárias para acesso ao ‘lay-off’ para as moratórias, e pagamentos em prestações”, apontou.
A conferência “DNRE no processo de transformação” foi realizada no âmbito do ciclo de conferências da Feira Internacional de Cabo Verde (FIC), e teve por objectivo reunir as partes interessadas, dos sectores público e privado num processo de diálogo e partilha, em torno da mudança de paradigma que a digitalização aporta para a administração fiscal.
MJB/CP
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