Recursos do Projecto Reflor-CV executados em 80% apesar dos constrangimentos – ministro

Cidade da Praia, 19 Out (Inforpress) – O ministro da Agricultura afirmou hoje que apesar dos constrangimentos registados o Projecto Reflor-CV foi executado em 80%, perspectivando que até a fase final seja possível garantir a concretização em 100%, visando atingir os objectivos delineados.

Gilberto Silva fez estas afirmações na cerimónia de abertura da V Reunião do Comité de Pilotagem do Projecto Reforço da Capacitação de Adaptação e Resiliência do Sector Florestal em Cabo Verde (Reflor-CV), realizada hoje, na Cidade da Praia.

Destacou a importância do projecto para Cabo Verde como sendo um instrumento de execução de política pública e realização do plano estratégico de desenvolvimento sustentável de Cabo Verde.

Segundo o governante, a vulnerabilidade dos ecossistemas demanda uma abordagem “muito especial”, isto, realçou, se o objectivo nacional for efectivamente trilhar o desenvolvimento sustentável e, dentro deste contexto, contribuir para o crescimento de uma economia verde em Cabo Verde.

O Projecto Reflor –CV com a sua abordagem, prosseguiu, “contribui enormemente” para a integração do próprio sector florestal como os demais sectores da actividade económica, do turismo ecológico e rural, maior inclusão social e a redução das assimetrias regionais em Cabo Verde.

“Podemos constatar que de um projecto de cerca de cinco milhões de euros conseguimos executar cerca de 80%, com os restantes 20% engajados em recursos financeiros e, portanto, acreditamos que até ao final do projecto vamos executar 100% dos recursos disponibilizados e com isto atingiremos os resultados preconizados”, salientou, apontando os três anos de seca e a pandemia da covid-19 como alguns dos constrangimentos que atrasaram a execução do referido projecto.

Apontou a florestação e reflorestação de áreas degradadas com a utilização de espécies adaptáveis ao contexto nacional agro ecológico e fixação de cerca de 25 mil plantas fruteiras como alguns dos resultados alcançados no contexto do sector agro-silvo-pastoril em Cabo Verde.

“Não temos dúvidas que com as actividade desenvolvidas não só no terreno, mas também as reflexões promovidas. que este projecto contribuiu para a elevação da consciência ecológica e ambiental em Cabo Verde, que constitui a base da resiliência que o país almeja”, declarou, defendendo a necessidade de consolidação e implementação de uma nova fase do referido projecto.

Gilberto Silva afiançou, por outro lado, a necessidade de actualização da lei florestal aprovada em 1998, salientando que não é possível falar do reforço da capacidade no sector florestal sem se actualizar os instrumentos legais, permitindo e que esta medida será um dos grandes ganhos do Projecto Reflor CV.

Por seu turno, a representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, afirmou que apesar dos atrasos provocados pela covid-19 foi possível obter muitas realizações durante os últimos meses em todos os componentes, com destaque para a conclusão e intensificação das actividades programadas.

Com menos de dois meses para a conclusão do projecto, esta responsável reconheceu que ainda há desafios, apontando o desenvolvimento do plano de gestão, a proposta da nova legislação sobre a gestão de recursos naturais, reabilitação de alguns viveiros e instalação do banco de germoplasma como “maiores desafios” a serem ultrapassados.

Ainda de acordo com a representante da FAO, nas próximas semanas as prioridades vão se centrar na finalização do plano de gestão, da consultoria da equipa jurídica, implementação da estratégia de comunicação, instalação de espécies de árvores no banco de germoplasma e implementação da floresta urbana em Achada Grande Frente.

O Projecto Reforço da Capacitação de Adaptação e Resiliência do Sector Florestal em Cabo Verde é do Ministério da Agricultura e Ambiente, financiado pela União Europeia e executado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no montante de cinco milhões de euros.

O seu principal objectivo é o de aumentar a resiliência e a capacidade de adaptação para enfrentar os riscos adicionais colocados pelas mudanças climáticas na desertificação e degradação da terra em Cabo Verde.

CM/AA

Inforpress/Fim

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