Cidade da Praia, 04 Out (Inforpress) – O presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV-oposição), Rui Semedo, comentou hoje a situação de grande afluência de condutores num processo de recrutamento para Portugal, afirmando que isto demonstra o “falhanço” das políticas do Governo.
“Esta questão da emigração é uma demonstração do falhanço das políticas do Governo. O Governo não tem políticas que dêem garantias aos jovens, em primeiro lugar ao acesso ao emprego, ao rendimento e os jovens estão a procurar alternativas fora do país”, disse.
Rui Semedo, que falava à imprensa momentos após ser recebido pelo Presidente da República, José Maria Neves, disse também que isto é a demonstração de que “o Governo e as suas políticas têm falhado e não tem encontrado respostas para garantir que os jovens trabalhem aqui e dêem a sua contribuição de acordo com a sua formação para o desenvolvimento do seu próprio país”.
“Então, estão obrigados mais uma vez a deixarem o país, a ter que partir em busca de uma solução melhor. Neste aspecto, a política e as políticas falharam e o Governo tem de ter isso em conta e criar condições alternativas para garantir que os jovens tenham uma vida digna dentro do seu próprio país”, concluiu.
Foi hoje avançado pelo A Nação online que cerca de 400 condutores estavam, esta manhã, no largo em frente ao Praia Shopping, cidade da Praia, para se encontrar com uma delegação portuguesa que está a trabalhar no recrutamento destes profissionais.
O mesmo on-line avançou que alguns vieram de outras ilhas e outros de várias zonas da ilha de Santiago para tentar a sorte, estando entre o risco de perder o emprego aqui e as despesas de deslocação, o sonho de uma vida melhor para eles e para as suas famílias.
A empresa portuguesa Auto Viação Feirense (AVF) está hoje a recrutar motoristas de autocarro na cidade da Praia, para trabalhar em Portugal.
Em Setembro, a empresa Carris Metropolitana, operadora de transporte rodoviário da área metropolitana de Lisboa, já havia recorrido ao mercado cabo-verdiano por falta de mão-de-obra.
Ainda em Setembro, o Grupo Casais, de construção civil, esteve no país para recrutamento de mão-de-obra.
Também no mês de Julho um representante da Região de Turismo do Algarve veio a Cabo Verde para fortalecer a comunicação e coordenação entre as instituições públicas e empresas privadas dos dois países, explorando mecanismos que facilitem a mobilidade de trabalhadores entre os dois países no sector do Turismo.
O primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou recentemente que não há motivos para emigração por falta de oportunidades, apesar da crise.
“Estamos a recuperar, a relançar. Depois vamos ter que tornar este país muito mais resiliente, com uma economia muito mais diversificada e com o sentido do futuro (…) Tempos difíceis não duram para sempre. Há de passar e havemos de ser felizes novamente”, disse ainda.
GSF/ZS
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