Presidente do ICIEG apela à denuncia de assédio sexual e moral no contexto laboral

Cidade da Praia, 23 Mai (Inforpress) – A presidente do ICIEG, Marisa Carvalho, considerou hoje intolerável aceitar qualquer tipo de acção que constitua uma violação dos direitos de liberdade das pessoas, tendo apelado a denuncia de assédio sexual e moral no contexto laboral.

A presidente do Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) fez estas declarações à Inforpress, à margem da cerimónia de encerramento da conferência sobre Assédio Sexual e Moral no Contexto do Trabalho, realizada esta terça-feira, na Cidade da Praia.

A conferência, conforme explicou, teve como objectivo principal promover o debate sobre o fenómeno de assédio sexual e moral no local de trabalho, bem como discutir as suas consequências para a saúde mental e reflexão sobre questões relacionadas à prevenção e intervenção com o intuito de sensibilizar para a existência de práticas de assédio no ambiente de laboral.

“A percepção que nós tínhamos era de necessidade de fazermos conferência como esta, porque é um tema que não se esgota num dia, e que, realmente, foi necessário para nós também auscultarmos os diversos sectores e perceber que temos de actuar de uma forma mais incisiva. Já temos previsto no nosso plano fazermos acções de sensibilização junto das principais entidades do estado”, afirmou.

A perpectiva, sublinhou, é a de promover o trabalho conjunto entre as diversas instituições do Estado, adiantando que o ICIEG pretende, numa primeira fase, apostar na sensibilização e informação sobre a dimensão do assédio sexual e moral no trabalho.

“Verificamos como tal, como outras violências, é uma violência que ainda está pouco explicita. As pessoas ainda não conseguem perceber bem o que é assédio moral, o que é que é assédio sexual, portanto, é necessário informar as pessoas sobre o que é o assedio moral e sexual, principalmente em contexto laboral, informar sobre os instrumentos legais que existem no país e a forma de fazer a denúncia e combater esta questão”, acrescentou.

Defendeu, neste sentido, que é necessário haver um engajamento de todos para que as acções sejam incisivas e ultrapassem a barreira teórica de conferências e conversas abertas, uma vez que, realçou, é intolerável aceitar qualquer tipo de acção que constitua uma violação dos direitos de liberdade das pessoas, principalmente em questão laboral.

No entanto, reconheceu que muitas vezes as pessoas que se encontram em situação de precariedade laboral têm medo de denunciar, apelando às vitimas a ajudar no combate a esta situação e às testemunhas para não serem coniventes em caso de assédio sexual e moral nos seus locais de trabalho.

“Há ainda muito medo de denunciar, percebemos a razão porque estamos a falar de um contexto laboral em que as pessoas estão dependentes do seu salário para viverem e proverem sustento das suas famílias. Queremos deixar é uma mensagem de esperança e alento que as pessoas não têm que passar por isto sozinhas e que podemos acompanhar estes processos”, declarou, lembrando da linha verde de denúncia 800 18 18.

Durante o evento, especialistas, representantes de instituições governamentais e da sociedade civil tiveram a oportunidade de compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre o assunto com a finalidade de disseminar conhecimento e destacar as consequências dessa prática no âmbito do ambiente de trabalho.

CM/JMV
Inforpress/Fim.

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