Cidade da Praia, 14 Out (Inforpress) – A presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA), Maria José Alfama, defendeu hoje uma conjugação de esforços para uma educação com foco no reforço dos valores positivos.
Maria José Alfama falava durante o fórum sobre a promoção da paz, realizado na Cidade da Praia, pelo Movimento “Jovens pela Paz”, no qual foi convidada a falar do tema “Educar os jovens para a justiça e a paz, começando pelas crianças”.
A oradora recorreu a um dito de Pitágoras, “educai as crianças e não será preciso punir os homens”, para mostrar a importância da educação na prevenção dos males sociais e da violência, e sublinhou o quanto é importante é a educação desde a primeira infância para o presente e o futuro de Cabo Verde.
“Entendemos que uma sociedade violenta ela é consequência de termos falhamos na educação. Todos nós: a família, mas também a sociedade e Estado. Então, a proposta que eu trouxe é no sentido de um “djunta mon” no sentido de trabalharmos a educação, sobretudo, colocando tónica no reforço dos comportamentos positivos”, disse.
“Trabalhar mais na afirmação dos comportamento e atitudes que são dignos e que estão de acordo com os valores que Cabo Verde, enquanto um país cristão, defende e tem defendendo, estarmos atentos às mudanças que têm acontecido nos bairros”, acrescentou.
Maria José Alfama recomendou o diálogo como uma das grandes ferramentas para educar os mais novos.
O fórum contou ainda com uma explanação da professora Carmelita Silva, que, convidada a falar da “força da mulher na promoção da paz”, realçou o “importante papel” que a mulher sempre teve e ainda tem hoje na educação dos filhos e o seu engajamento na criação das organizações não governamentais e nas redes de apoios sociais nas comunidades.
Entretanto, salientou que esse papel de educação dos filhos não deve recair apenas sobre as mulheres, sobretudo no momento em que muito se fala da igualdade e da integração das mulheres no mercado de trabalho.
“Essa entrada da mulher no mundo do trabalho não foi acompanhada por uma redistribuição das tarefas no espaço doméstico e isso faz com que a mulher tenha uma dupla jornada de trabalho e essa dupla jornada, sobretudo, na questão da educação”, precisou.
Por isso mesmo, defendeu a necessidade de uma redistribuição das tarefas do espaço doméstico entre os homens e as mulheres e sensibilizar os homens a assumirem os trabalhos não como um apoio à mulher, mas como sendo uma responsabilidade própria.
“É necessário mudar a mentalidade e, para isso, a educação e a formação são importantes. E essa educação deve começar desde criança, começarmos a educar os nossos filhos para os valores, para os cuidados e para a questão da igualdade de género engajar os jovens também”, explicou.
“O Potencial das redes sociais a favor da cultura da paz”, que teve como orador Bruno Azevedo, e “Educação financeira ferramenta do jovem para driblar o consumismo violento“, apresentado por Eunice Borges, foram outros temas debatidos durante o fórum.
O evento esteve enquadrado nas comemorações do 5º aniversario do “Jovens pela Paz – JxP”, um movimento mundial de jovens que nasceu no seio da comunidade de Santo Egídio, que é um movimento internacional muito conhecido na promoção da paz e mediação de conflitos e cultura de encontros e fraternidade.
MJB/CP
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