Cidade da Praia, 20 Dez (Inforpress) – O presidente do Grupo Tabanka Djarmai apelou a necessidade de os próprios maienses valorizarem e preservarem mais a tabanka no Maio, receando que essa manifestação cultural possa desaparecer “daqui a alguns anos”, caso “não for tratada como merece”.
Em declarações à Inforpress, Luís António Freire, conhecido por Tana, destacou a importância que a tabanka teve outrora, na ilha do Maio, referindo que o Grupo Tabanka Djarmai foi criado há dois anos precisamente para resgatar a tradição.
“Eu cresci numa família que brincava tabanka e desde sempre me senti ligado a essa manifestação cultural, que faz parte da nossa história, mas infelizmente o que eu vejo é que a tabanka tem perdido terreno e como queremos garantir a sua promoção e preservação temos feito um esforço para ver se conseguimos dar continuidade a esta tradição”, elucidou.
Comparando a forma como a tabanka é hoje festejada na ilha do Maio, Freire afirmou que hoje em dia a forma como as pessoas se juntam para “brincar tabanka” é totalmente diferente e que antigamente havia “mais entrega e interesse”.
Apelou, neste sentido, a uma “maior valorização e preservação” da tabanka, salientando que tem sido realizado acções que visam promover a tabanka, mas que as mesmas não têm sido suficientes para valorizar essa manifestação cultural.
“Os constrangimentos existem sim, mas o mais sentimos falta da participação da população local porque muitos quando estamos no período das festas ficam até troçar, e dizem que não temos o que fazer, isso é sinal que essa manifestação cultural deixou de ter a relevância que teve outros tempos”, declarou, revelando que um dos projectos do referido grupo é apostar em ensinar as crianças a tocar e a “brincar tabanka”, como forma de incutir neles a importância de valorização da tradição.
Apontou, por outro lado, a falta de recursos financeiros como o maior constrangimento, realçando, no entanto, o apoio que têm recebido nos últimos dois anos tanto do Governo como da Câmara Municipal do Maio.
Defendeu a necessidade de criação de uma casa de tabanka, por entender que tendo os grupos um espaço próprio poderão desenvolver mais acções e aumentar o numero de integrantes do grupo.
“Apelo a todos que gostam de brincar tabanka e querem ver essa manifestação cultural a ganhar terreno a cada dia, que se juntem a nós, e dêem o seu contributo porque afastados e longe uns dos outros não haverá união e sem união não teremos tabanka e sem tabanka uma parte da nossa cultura morre”, afirmou, defendendo, por outro lado, a necessidade de construção de um centro cultural na ilha visando promover e dinamizar a cultura local.
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