Cidade da Praia, 17 Jul (Inforpress) – O Presidente da República considerou hoje que a CPLP não é e não pode ser uma mera instância de relacionamento formal entre órgãos políticos dos Estados, mas um elemento estratégico da acção de cada um, enquanto países.
Na sua mensagem alusiva ao 24º aniversário da criação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se assinala hoje, 17 de Julho, Jorge Carlos Fonseca considerou que essa cumplicidade faz parte de uma história comum de séculos, de encontros e desencontros, que influenciaram, decisivamente, a forma como hoje são e contagiaram o futuro, que cada um quer construir.
Por esta razão, escreveu na sua mensagem, que todos devem estar de “corpo e alma” na CPLP para que possam encontrar e reforçar os pontos de partilha, alargar o espaço comum e ampliar a participação conjunta.
“Hoje o nacionalismo estreito não tem lugar! Países no mundo inteiro juntam-se para criar e gerir instituições administrativas comuns, escolas e centros de investigação comuns, empreendimentos e patrimónios comuns, congregando recursos, colmatando as fraquezas e optimizando as oportunidades”, observou na sua mensagem.
Feito esta observação, Jorge Carlos Fonseca defendeu que os países da CPLP possuem três vezes mais razões do que “muitos outros” para estarem juntos e quererem continuar juntos, porque de uma forma ou de outra é assim que a comunidade tem estado desde há séculos.
Enquanto Presidente em exercício da CPLP, regozijou-se com os progressos registados, especialmente nos últimos anos, no que respeita à promoção da agenda comunitária, apontando, a este propósito, a grande movimentação das instituições dos Estados da CPLP e da sociedade civil à volta dos ideais e da agenda da comunidade.
“Registamos com grande entusiasmo que o projecto de mobilidade tem suscitado junto dos cidadãos, como ferramenta incontornável de aproximação, de intercâmbio e de reforço da cooperação em todos os domínios”, disse, sublinhando tratar-se de uma ferramenta que aproxima, que une e faz acreditar ainda mais no futuro da comunidade.
Após essa leitura, realçou a necessidade da CPLP se abrir ao mundo, demonstrando a realidade com os efeitos da pandemia, frisando que o isolamento não é uma resposta adequada nos dias de hoje, uma vez que os “problemas comuns” requerem “esforços comuns” para uma resposta global.
Neste âmbito, aproveitou a ocasião para deixar uma palavra de conforto e de solidariedade aos países membros pela tragédia que sobre todos se abateu com a pandemia da covid-19, que infelizmente ainda assola os Estados, com perda de muitas vidas e dramas sociais intensos, pelo desemprego e acentuada quebra de rendimento das famílias.
“Uma palavra especial de profundo reconhecimento aos profissionais de saúde dos nossos países, pelos esforços e pelos grandes sacrifícios pessoais e familiares consentidos no combate a esta pandemia”, acrescentou.
Na qualidade de Presidente em exercício, felicitou pelo dia de hoje os colegas Chefes de Estados, e também os chefes do Governo dos países membros, agradecendo o empenho e a contribuição de cada um para o sucesso da Comunidade.
A 17 de Julho, se assinala o aniversário da criação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), uma data que, segundo Jorge Carlos Fonseca, simboliza o desejo dos povos dos nove países que constituem a CPLP de reforçarem, ainda mais, suas relações de fraternidade e de amizade, a todos os níveis.
A CPLP foi criada em 1996, em Lisboa, numa Cimeira de Chefes de Estado e de Governo de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. Seis anos mais tarde, em 20 de Maio de 2002, com a conquista de sua independência, Timor-Leste tornou-se o oitavo país membro da Comunidade para, posteriormente, em 2014, acontecer o processo de adesão da Guiné Equatorial, tornando-se o nono membro de pleno direito.
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