Cidade da Praia, 23 março (Inforpress) – O Presidente da República reconheceu esta quinta-feira que o País fez “razoavelmente bem” o que tinha que fazer durante os últimos 50 anos, mas defendeu que agora é necessário dar um “salto” e modernizar Cabo Verde.
“Isto só é possível, se formos capazes de transformar as vantagens comparativas e fontes de vantagens competitivas. Só com lideranças visionárias, estratégicas, inclusivas e catalisadoras de processos transformacionais, poderemos realizar isso. Somos um estado oceânico, temos enormes e inesgotáveis reservas de energias verdes. Se fizermos a revolução digital e transformarmos Cabo Verde num Ciber Islands, com certeza, pode-se construir a ponte para o futuro e mobilizar todas as capacidades materiais e espirituais desta nação, para realizarmos esse sonho e cumprir Cabo Verde”, apontou José Maria Neves.
Discursando na cerimónia de encerramento da primeira edição do Leadership Summit Cabo Verde, José Maria Neves disse que hoje, mais do que nunca, são necessários líderes inteligentes, em todos os domínios, para se enfrentar uma realidade “muito diversa” de tudo o que era “conhecido, previsível, ou que foi teorizado”, vincando que a nível dos governos e das organizações, o papel das lideranças “nunca foi tão crucial”.
O chefe de Estado considerou que na “era das disrupções e imprevisibilidades”, as lideranças têm de ser “capazes de apreender rapidamente as demandas e as exigências dos ambientes contextuais e articular estratégias para respondê-las com razoável grau de eficácia”.
No seu discurso, o chefe de Estado salientou que tudo está a mudar e, por isso, o planeamento estratégico deve ser reconstituído diariamente, sublinhando que os caminhos, os ritmos e as respostas de ontem podem já não ser eficazes hoje.
No entanto, o Presidente da República assegurou que é preciso “grande inteligência adaptativa” e uma enorme capacidade de inovar, ou seja, de transformar positivamente os sistemas organizacionais, a formação das decisões e a forma de fazer as coisas, para seguir o caminho da evolução.
“Nos processos de mudança actuais, do conceito de destruição criativa, estaremos a evoluir para um conceito de inovação disruptiva. Com efeito, a inovação é o principal argumento competitivo e um importante acelerador das transformações. Estas resultam das sinergias que são geradas pela evolução do conhecimento. À medida que os diferentes domínios da ciência e da tecnologia abatem as fronteiras e estabelecem pontes entre si, geram-se formas colaborativas que tornam possíveis novas descobertas”, afirmou Neves.
A mesma fonte acrescentou ainda que a biotecnologia e as tecnologias informacionais têm sido uma fonte inesgotável de inovação e têm potenciado transformações drásticas em muitas áreas.
“As mutações nos mercados e nas tecnologias são, por sua vez, os principais motores de transformação nas estruturas, nos processos e nas estratégias empresariais”, esclareceu.
Acrescentou também que as pressões constantes para inovar produtos e processos, e para responder a mudanças radicais obrigam ao ajustamento permanente das estratégias e dos modelos de actuação, a gerir ciclos contínuos de transformação e a desenvolver novas competências.
Por isso, considera que as lideranças estão no “olho do furacão” destas decisões, e tempos disruptivos requerem lideranças disruptivas.
“As lideranças do Século XXI têm que ser inteligentes, pre-activas, pragmáticas e inclusivas”, elucidou.
DG/JMV
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