Presidente da Comissão da CEDEAO tem de ter competência relacional muito forte e conhecer bem as finanças internacionais – consultor

 

Cidade da Praia, 27 Out (Inforpress) – O presidente da Comissão da CEDEAO tem de ser uma individualidade com notoriedade e conhecimento da sub-região, com uma competência relacional muito forte e ser um profundo conhecedor das finanças internacionais.

Este perfil foi traçado pelo economista e consultor da CEDEAO José Agnelo Sanches, que apesar de afirmar que não há um perfil definido para o cargo, considera de capital importância que o executivo que vai gerir essa organização comunitária tenha essas valências para poder responder aos desafios actuais da comunidade.

Segundo indicou, não obstante todo o staff técnico que um presidente da CEDEAO tem à sua disposição, ele terá de ter determinadas competências para, sobretudo, garantir a implementação dos programas de desenvolvimento.

“Por exemplo, temos programas comunitários de desenvolvimento de valores extremamente elevados. Estamos a falar de programas no valor de 9 bilhões de euros e há que fazer a diligência para mobilização de recursos e isso exige do próximo presidente algum conhecimento não obstante toda a existência do staff técnico”, disse.

De entre os desafios José Agnelo Sanches falou da questão da união monetária (moeda única), mas também de toda a problemática relacionada com a integração sub-regional, com o comércio intrarregional, a questão da implementação da Tarifa Externa Comum e do desafio do acordo de parceria económica com a União Europeia e a mobilização de recursos.

“Portanto tem de ser uma pessoa com muito conhecimento das finanças internacionais, um conhecimento profundo de toda problemática da economia internacional porque o presidente da CEDEAO é a pessoa que vai ter assento nos fóruns internacionais do Banco Mundial, da FMI da União Europeia, do BAD e da União Africana”, indicou.

José Agnelo Sanches não tem dúvidas de que a escolha da pessoa para, em nome de Cabo Verde presidir a comissão da CEDEAO, recairá sobre um político que seja próximo da esfera política do Governo, mas salientou que é necessário ter algum cuidado porque é a imagem do país que está em causa.

Por outro lado, afirmou que indicar qualquer pessoa pode ser um perigo.

“Não é porque o país tem o mandato é que tem de indicar qualquer pessoa. Ele terá que valorizar o cargo. De modo que Cabo Verde tem de dialogar com os parceiros. Não tem que haver posições arrogantes porque a pessoa que for indicada vai ter de dialogar com as partes.

Cabo Verde deverá assumir em Dezembro a presidência rotativa da presidência da Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

Neste momento já perfilaram para assumir o cargo, sob indicação do Governo, o deputado e vice-presidente da do Parlamento da CEDEAO, Orlando Dias, e o actual Comissário da CEDEAO para as Tecnologias de Informação e Comunicação, Isaías Barreto.

Nesta quinta-feira o Jornal ANação trouxe à tona os nomes do ex-ministro da Educação José Luís Livramento e do ex-primeiro-ministro, Carlos Veiga.

O economista José Agnelo Sanches considera que todos estão à altura de assumir o cargo. Entretanto salientou que o engenheiro Isaías Barreto já tem um meio caminho andado tendo em conta que já está na CEDEAO, tendo sido foi escolhido para o cargo de comissário num cenário em que o Governo apoiava um outro candidato.

Orlando Dias é também um político que já tem algum percurso na CEDEAO, mas salientou que a possibilidade agora aventada de Carlos Veiga assumir a presidência da comissão da CEDEAO dá uma perspectiva muito boa a essa disputa.

“Quando se falou da possibilidade de Cabo Verde assumir a presidência, eu pensei nas figuras de primeira linha desde os ex-primeiro-ministro, ex-presidentes e pessoas que estão a exercer altos cargos e que podem perfeitamente se interessarem para o cargo. Acho que o doutor Carlos Veiga, que neste momento, exerce uma função no exterior como diplomata seria interessante para Cabo Verde e para CEDEAO”, disse.

José Agnelo Sanches lembra inclusive que praticamente todos os ex-presidente da Comissão da CEDEAO são pessoas que já passaram pelos Governos dos respectivos países.

MJB/FP

Inforpress/fim

 

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