Presidente da APIMUD denuncia discriminação contra mulheres com deficiência na véspera do Dia Mundial

Cidade da Praia, 02 Dez (Inforpress) – A presidente da APIMUD denunciou hoje o que considera ser “dupla discriminação” contra as mulheres com deficiência, afirmando que algumas formas de violência não têm sido vistas como baseada no género por causa da “intensa discriminação baseada na deficiência”.

Eurídice Andrade fez essa denúncia em declarações à imprensa quando convidada pelos jornalistas a falar da discriminação a que são alvo as mulheres deficientes no âmbito do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que é assinalado a 03 de Dezembro, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992.

“Como mulher com deficiência sou prova da discriminação que enfrentamos seja na saúde, educação e no trabalho. Aliás, quando falamos de pobreza estamos a falar de mulher e nós fazemos parte desta camada populacional que vive sem recursos e de pensão social em Cabo Verde”, afirmou, realçando o facto de que a mulher com deficiência mesmo com estudos é discriminada a vários níveis, começando pela oportunidade de ter um emprego.

A discriminação, segundo a presidente da Associação Cabo-verdiana de Promoção e Inclusão das Mulheres Com Deficiência (APIMUD), é também sentida na rua, por onde passam, onde “as pessoas fazem pouco caso” da deficiência que lhes caracteriza, seja ela motora, visual, auditiva e mental.

No sector da saúde e na câmara municipal, acusa de discriminação os indivíduos que estão no atendimento, alegando que a maior parte não está capacitada para atender pessoas com deficiência.

“Existem muitas melhorias de política a nível do Governo, mas é preciso pensar numa forma de capacitar os indivíduos que estão à frente, nos atendimentos, a saberem como atender os diferentes tipos de pessoas”, disse.

Isso porque, explicou, quando são mal atendidas a autoestima das pessoas com deficiência fica “baixa” e com discriminação, segundo disse, “piora”.

Refere ainda sobre a família, considerada o pilar da sociedade, onde também as pessoas com deficiência são discriminadas e recomenda um trabalho “mais adequado” junto desta.

“Se isso acontecer estamos a trabalhar a sociedade, pelo que, na minha opinião, é a família quem deve ser trabalhada para que não haja lacuna na sociedade”, concluiu apelando à uma maior sensibilidade das pessoas.

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência comemora-se anualmente a 03 de Dezembro, e tem como principal objectivo a motivação para uma maior compreensão dos assuntos relativos à deficiência.

A data incentiva ainda a promover a defesa da dignidade, dos direitos e do bem-estar com vista a construção de um mundo mais inclusivo e equitativo para as pessoas com deficiência.

PC/ZS

Inforpress/Fim

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