Porto Novo, 01 Out (Inforpress) – O candidato José Maria Neves, reconhece que há medo e discriminação por razões político-partidárias em Cabo Verde e prometeu ser um “presidente actuante” e uma “voz forte” para combater aquilo que classifica de “violação de direitos constitucionais”.
O candidato, que discursava no primeiro comício da campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 17 de Outubro, sublinhou que o Presidente da República deve ser o guardião da Constituição e zelar pelo cumprimento dos direitos dos cidadãos.
Considerou que em termos de direitos civis, políticos e direitos fundamentais “não há muitos problemas”, mas admitiu que há situações que precisam ser vistas e combatidas.
“A Constituição diz que ninguém pode ser discriminado, prejudicado na sua carreira e no seu emprego porque é de um partido A ou B. Ninguém pode ser prejudicado por razões que têm a ver com sua maneira de pensar e sua ideologia. Mas não é isso que está a acontecer em Cabo Verde”, disse.
“Em Cabo Verde tem sim a discriminação, tem sim o medo porque as pessoas estão a ser condicionadas, prejudicadas na sua carreira e nos seus empregos por razões políticas e partidárias. Por isso temos de ter um presidente com uma voz forte para dizer que ninguém pode ser prejudicado”, acrescentou.
José Maria Neves salientou que é preciso garantir a plena liberdade de expressão e de escolha e afirmou que o Estado não pode usar dados dos cidadãos para condicionar a sua escolha e discriminar-lhe.
“Precisamos de um presidente que defende a liberdade individual, defende a democracia e o Estado de direito porque não chega apenas ser crente da Constituição, como todos dizem, mas é preciso ser crente e praticante da Constituição”, realçou.
Neste sentido garantiu que, se for eleito para exercer o mais alto cargo da nação cabo-verdiana vai zelar pelo cumprimento da Constituição, sobretudo, para a garantia dos direitos mais básicos, como habitação, trabalho digno, saúde e educação.
José Maria Neves, que tem como lema “juntemos as mãos, a cabeça e o coração para ganharmos Cabo Verde” pediu um voto de confiança para ser o “fermento” para novos tempos, reforçando que ao ganhar as eleições terá como prioridades o relançamento da economia no período pós-pandemia e aceleração do passo para o processo de modernização e transformação.
O candidato, que se encontra na ilha de Santo Antão, cumpre esta tarde um programa que inclui uma carreata pelas ruas de Porto Novo e termina o dia com um comício na mesma cidade.
Nas presidenciais do dia 17 de Outubro, concorrem outros seis candidatos – Fernando Delgado, Gilson Alves, Carlos Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.
As últimas eleições presidenciais em Cabo Verde ocorreram no dia 02 de Outubro de 2016, com três candidatos (Albertino Graça, Jorge Carlos Fonseca e Joaquim Monteiro), venceu Jorge Carlos Fonseca na primeira volta com 74% dos votos, para um segundo mandato.
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