Presidenciais’2021: Gilson Alves denuncia “imoralidade” de comícios com milhares de pessoas em plena pandemia

Mindelo, 14 Out (Inforpress) – O candidato a Presidente da República Gilson Alves denunciou “imoralidade” de comícios organizados por candidatos apoiados por partidos e, que vêm reunindo milhares de pessoas, não obstante, a situação de pandemia.

Gilson Alves, que a primeira tinha um comício marcado para a noite de hoje, em São Vicente, disse que desistiu por em consciência, não conseguir ultrapassar a questão da moralidade de um evento destes em tempo de pandemia, apesar de ter planeado o seu comício para “no máximo cem pessoas”.

E após ter visto a Rua de Lisboa, no Mindelo, nesta quarta-feira cheia e com as pessoas próximas e “empacotadas como sardinha em lata”, optou por “não meter nisto”, porque “há pessoas a morrer”.

O candidato fazia estas declarações, já em São Vicente, onde aterrou hoje, vindo da Cidade da Praia, logo com contactos na zona piscatória de São Pedro.

“Isto é tão imoral, e os candidatos apoiados por partidos têm ignorado completamente as regras morais, de decência. É tão escandaloso, que chega a ser quase criminoso”, advogou Gilson Alves, pedindo à Comissão Nacional de Eleições (CNE) que investigue.

Por outro lado, disse ter intenção de fazer uma denúncia oficial e pediu ao Presidente da República cessante, que faça uma declaração ao País a “denunciar e repudiar este comportamento absolutamente escandaloso e criminoso”.

Isto porque, sentenciou, alguns candidatos “têm declarado amor ao seu povo”, mas, não acredita que amem Cabo Verde assim.

Gilson Alves prometeu, caso vença as eleições do próximo domingo, fazer julgamentos sumários aos “culpados”.

“Vamos ter de meter muita gente na cadeia e fazer algo nunca antes feito no País, porque seja os da esquerda, seja os da direita, não vão julgar-se uns aos outros, vão ignorar o que aconteceu nessa campanha”, sustentou.

E este comportamento, considerou, não coaduna com a sua condição de médico.

“Mesmo que eu não fosse, não iria ultrapassar essa parede da imoralidade, trocar a minha eleição, a todo custo, por vidas humanas”, considerou, classificando a postura dos candidatos como “homicídio involuntário”.

Daí, advogou, só um Presidente da República “forte e autoritário” poderá fazer justiça para um crime que é “público” e “está aos olhos de toda gente”.

“Quando um líder como eu ganhar a supremacia sobre todas as forças políticas, de certeza que vai haver revolução”, afiançou.

Às presidenciais do dia 17 de Outubro, nos dois círculos eleitorais, nacional e estrangeiro, concorrem sete candidatos: Fernando Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.

As últimas eleições presidenciais em Cabo Verde ocorreram no dia 02 de Outubro de 2016, com três candidatos (Albertino Graça, Jorge Carlos Fonseca e Joaquim Monteiro). Venceu Jorge Carlos Fonseca na primeira volta para um segundo mandato, com 74% dos votos. 

LN/CP

Inforpress/Fim

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