Presidenciais’2021: Dom Arlindo Furtado diz que País precisa de um Presidente da República “para ajudar e não atrapalhar”

Cidade da Praia, 17 Out (Inforpress) – O Cardeal Dom Arlindo Furtado votou hoje no Liceu Domingos Ramos, na cidade da Praia, onde, à saída, lançou apelo ao voto, frisando que o País precisa de um Presidente da República “para ajudar e não para atrapalhar”.

Dom Arlindo Furtado, que exerceu o seu direito de voto por volta do meio-dia, afirmou que o Presidente da República tem poderes definidos pela Constituição, mas que, para além disso, tem também uma vasta área de intervenção, exercendo o seu poder de magistratura.

“O Presidente é para ajudar todas as estruturas do Estado a exercerem melhor o seu papel para o melhor bem comum. Portanto, a colaboração, o diálogo, o entendimento, mesmo na divergência, mas procurando a unidade, é o que se espera do Presidente da República para ajudar e não para atrapalhar, naturalmente”, acrescentou.

Este líder da Igreja Católica disse ainda esperar que qualquer dos candidatos tenha “consciência clara” dessa missão e que está convencido de que qualquer dos escolhidos saberá desempenhar esse “papel construtivo” da parte do Presidente da República para “o melhor a bem do povo de Cabo Verde”.

“Felizmente aqui em Cabo Verde estamos no regime democrático onde os cidadãos exercem uma das grandes virtudes da própria democracia, que é cidadão escolher os seus dirigentes e os seus governantes”, disse.

“Todo e cada cidadão é interpelado no sentido de exercer esse direito para depois também saberem reconhecer e elogiar, se for o caso, e é o que nós esperamos, mas também de criticar e de retirar quando é preciso, porque nós teremos oportunidades de escolher outros melhores”, acrescentou.

Prosseguindo, Dom Arlindo Furtado ressaltou que os governantes são escolhidos para servirem o bem comum e que, por isso, todos devem participar como protagonistas nessa escolha, por ser uma forma que as pessoas têm para também exercerem indirectamente o poder através daqueles que escolheram.

“Graças a Deus também em Cabo Verde temos muita gente capaz de desempenhar de uma forma positiva o poder a favor do povo. Felizmente que aqui não há grandes tendências para perpetuar no poder e nós não vamos deixar que um governante fique demasiado tempo no poder”, disse.

Nesta que é a mais concorrida eleição presidencial no arquipélago, um dos sete candidatos – Fernando Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro – será eleito este domingo como o quinto chefe de Estado cabo-verdiano, depois de Aristides Pereira (1975/1991), António Mascarenhas Monteiro (1991/2001), Pedro Pires (2001 – 2011) e Jorge Carlos Fonseca, desde 2011.

Caso nenhum candidato consiga a maioria dos votos neste domingo, a segunda volta, com os dois mais votados, está agendada para 31 de Outubro.

No total, estão inscritos 398.864 eleitores – 342.777 no território nacional e 56.087 no conjunto dos países que integram a diáspora -, que dispõem de 1.053 mesas de voto nos círculos nacionais e 243 no estrangeiro.

As eleições estão a ser acompanhadas por 104 observadores internacionais, sendo 71 da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), 30 da União Africana e três dos EUA.

A votação começou às 07:00 e decorre até às 18:00.

GSF/ZS

Inforpress/Fim

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