Presidenciais’2021: Gilson Alves critica sistema de transporte inter-ilhas que “prejudica” a campanha

Povoação, 02 Out (Inforpress) – O candidato a Presidente da República Gilson Alves fez hoje duras críticas ao sistema de transporte marítimo inter-ilhas, que considerou estar a “prejudicar” a campanha e impedindo os candidatos de percorrer todas as ilhas do País.

Gilson Alves começou por dizer que no sistema político de Cabo Verde, as campanhas eleitorais deveriam ser servidas por um “transporte eficiente”, o que no seu entender não tem acontecido com a concessionária dos transportes marítimos, a Cabo Verde Interilhas (CV Interilhas).

“Nas duas semanas de campanha, um Presidente autoritário chamaria o presidente ou mil presidentes da CV Interilhas e diria para colocar um barco para viajar de Santo Antão até Brava e que este iria parar em cada ilha para dar oportunidade a cada candidato de passar um dia em cada ilha, excepcionalmente”, afiançou.

Mas, não é isso que aconteceu, e o Governo, segundo a mesma fonte, tem dito que “não pode fazer nada, porque a empresa ameaça deixar o País numa situação mais difícil”.

“Chantagens de uma empresa que não é cabo-verdiana, porque infelizmente o Governo não criou condições para cabo-verdianos serem donos de empresas aqui e quando é espanhol e português que são donos de empresa, fazem uma ameacinha de não sei o quê e cala-se”, vincou.

Mas, questiona se não é possível criar uma “lei excepcional” para “obrigar” uma empresa a fazer este percurso entre as ilhas e não ter dois candidatos a visitar a mesma ilha, no mesmo dia.

“São duas semanas só, seriam dois barquinhos para termos uma boa campanha, para visitarmos todas as ilhas e estarmos em sintonia com o nosso povo”, advogou.

Gilson Alves apontou o caso da sua candidatura que vai ter que passar uma hora na ilha de São Nicolau, porque o barco sai logo de seguida para a ilha do Sal

Mas, disse, se fosse Presidente de Cabo Verde e exercesse a sua autoridade “sentaria o presidente da CV Interilhas num banco, e exigia que o fizesse em 30 segundos ou então o amarrava e mandava-o para a cadeia”.

Isto porque, considerou, “Cabo Verde não pode aceitar ser tratado dessa maneira”.

O candidato estará hoje no concelho do Paul, onde ocupará a praça central da cidade das Pombas para actividades semelhantes às realizadas nesta sexta-feira na cidade de Povoação, Ribeira Grande, juntando locais para marchar pelas ruas, carregando bandeiras e tochas.

Nas presidenciais do dia 17 de Outubro, nos dois círculos eleitorais, nacional e estrangeiro, concorrem sete candidatos: Fernando Delgado, Gilson Alves, José Maria Neves, Carlos Veiga, Hélio Sanches, Casimiro de Pina e Joaquim Monteiro.

As últimas eleições presidenciais em Cabo Verde ocorreram no dia 02 de Outubro de 2016, com três candidatos (Albertino Graça, Jorge Carlos Fonseca e Joaquim Monteiro). Venceu Jorge Carlos Fonseca na primeira volta para um segundo mandato, com 74% dos votos.

LN/JMV
Inforpress/Fim

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