Praia: Gestores destacam importância da cantina escolar nas férias e defendem reforço da segurança alimentar

Cidade da Praia 01 Set (Inforpress) – Gestores de algumas escolas básicas destacaram hoje, na Cidade da Praia, a mais-valia do funcionamento das cantinas escolares durante as férias e defenderam o reforço na segurança alimentar nas escolas no novo ano lectivo.

As cantinas escolares em Cabo Verde, através da FICASE, têm vindo a “funcionar bem” durante as férias com o objectivo de garantir alguma segurança alimentar aos alunos com mais vulnerabilidades, com a pretensão de abranger 20% da população, conforme disse o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, aquando do anúncio do programa.

À Inforpress, o gestor da escola primária Quentino Lopes Ribeiro, sito no Bairro, Júlio Fernandes, avançou que a quantia disponibilizada pelo Governo para alimentação tem ajudado, “muito embora, com esta crise, não seja suficiente”.

“E para este ano lectivo esperamos que haja um reforço, sobretudo por parte do Governo, em termos de segurança alimentar e continuaremos a contar com os apoios que a escola tem dos nossos amigos emigrantes”, perspectivou Júlio Fernandes.

Quanto ao programa Cantina Escolar durante as férias, o mesmo admitiu que funcionou para alguns, mas para outros não porque, explicou, os pais e encarregados de educação ficaram com “complexo” de mandar os filhos à escola para fazerem refeições nas férias.

“Mas como fizemos colónias de férias, houve uma adesão maior neste período e os alimentos que enviaram já estão quase no fim”, assinalou aquele responsável.

Por seu turno, Jorge Fernando, gestor da Escola Básica António Nunes, em Calabaceira, adiantou que o programa que apoia crianças mais carenciadas com refeições quentes nas férias, decorreu na “normalidade e foi extremamente importante para a comunidade”.

“Antes a FICASE disponibilizava só alimentos de primeira necessidade, arroz, feijão, mas acabaram por introduzir verduras, o que diversificou a nossa ementa, e as crianças aderiram, “e de que maneira!”, porque a refeição passou a ter mais qualidade”, sublinhou Jorge Fernando.

Durante o ano lectivo, acrescentou, a escola tem vindo a complementar a alimentação com o projecto “Horta Escolar”, com a compartição da FICASE e do Governo, já que a escola não tem receita e muitos pais não conseguem contribuir por causa do desemprego que assola o País.

“Mas ainda assim não é o suficiente, há necessidade de reforçar porque muitas crianças vão à escola essencialmente para a alimentação, porque enquanto não se come não há aprendizagem”, disse ressalvando que a FICASE apostou numa alimentação mais atractiva e colorida.

Nesta linha, Jorge Fernando apelou ao Governo, à sociedade civil, aos pais e encarregados de educação, que tenham condições, a colaborarem para o reforço da segurança alimentar nas escolas.

Já a gestora da Escola Básica de Pensamento, Vanusa de Pina, avançou à Inforpress que a segurança alimentar na escola está “numa boa fase”, tendo em conta que a “FICASE tem estado a contribuir muito”, principalmente, na diversificação dos produtos que passaram de primeira necessidade para legumes e verduras.

“E com a contribuição dos pais no valor de 500 escudos, a escola tem adquirido peixe e carnes. Durante o ano lectivo o Governo disponibiliza uma verba para alimentação que ajuda muito porque sabemos que muitos pais não têm condições nesta crise, mas é sempre bom reforçar devido também à grande quantidade de alunos que temos”, observou a gestora.

No entanto, Vanusa de Pina adiantou que “infelizmente”, nas férias, a cantina escolar da Escola de Pensamento “não funcionou” porque os alunos “com mais carências” passam as férias no interior de Santiago e outros não conseguiram por viverem longe, “e não compensa” o custo de transporte.

TC/HF

Inforpress/Fim

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