Praia/Carnaval: Vindos d’África leva “Diversidade Cultural: Cabo Verde – China” para Avenida Cidade de Lisboa

Cidade da Praia, 07 Fev (Inforpress) – O tetracampeão do Carnaval da Praia, Vindos d’África, leva o enredo “Diversidade Cultural: Cabo Verde – China” para o desfile de terça-feira, na Avenida Cidade de Lisboa, revelou hoje à Inforpress o presidente do grupo, José Gomes.

Há mais de 30 anos a desfilar na cidade da Praia, José Gomes afirmou que o grupo Vindos d’África tem focado na cultura cabo-verdiana no sentido de transmitir aos turistas aquilo que Cabo Verde tem para oferecer.

Entretanto, este ano, para além de abordar a cultura cabo-verdiana, Vindos d’África vai homenagear a parceria e a amizade existente entre China e Cabo Verde.

“Vamos fazer um acasalamento de alas, ou seja, no mesmo espaço vamos ter um bloco que fala de algumas partes culturais fortes de Cabo Verde, como artesanato, culinária, tabanca, e outras vertentes e no outro bloco vamos retratar a cultura chinesa”, revelou.

José Gomes avançou que o carro alegórico vai seguir a mesma linha, isto é, vão retratar as duas culturas e as figuras de destaque, como o rei e a rainha, vão estar vestidos a representar as duas culturas, sendo que o rei representa Cabo Verde e a rainha a cultura chinesa.

Uma vez que apenas são disponibilizados um atrelado para cada grupo, informou que vão criar uma réplica de quatro pequenos andores para levar para a Avenida Cidade de Lisboa.

Este ano, os grupos da Praia vão receber 500 contos da edilidade praiense, com a promessa de este valor ascender para 750 contos, de acordo com os investimentos e as justificativas apresentadas pelos grupos.

Devido à quantia disponibilizada pela edilidade, os grupos Estrela da Marinha e o Inter Vila decidiram retirar-se, alegando falta de condições financeiras.

À semelhança dos dois grupos, Vindos d’África também criticou a forma como a verba tem sido distribuída aos grupos da Praia, e, para o seu presidente, nota-se uma “grande discrepância” em relação aos grupos de São Vicente.

Segundo a mesma fonte, o grupo tem estado a sair às ruas para brincar a festa do Rei Momo, há mais de 30 anos, mesmo com dificuldades, porque a ideia é mostrar que há “qualidade” no Carnaval da Praia.

“Vamos à Avenida sempre com foco em fazer mais e melhor para o Carnaval da Praia, mas as pessoas têm estado a nos impedir de o fazer, porque a verba que recebemos é insuficiente. Com 500 ou 600 contos nunca poderemos atingir o patamar e o nível de São Vicente”, criticou.

Neste sentido, José Gomes exige que o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas valorize o Carnaval da Praia e que deixe de os “discriminar como tem estado a fazer”.

“Praia tem uma potencialidade enorme em toda as vertentes. Não é incapacidade dos fazedores do Carnaval e dos jovens que participam, massivamente, no desfile, mas são dificuldades criadas pelas entidades que não querem acreditar que Praia tem Carnaval”, afirmou.

A mesma fonte revelou que no ano passado mais de 65 mil pessoas se deslocaram à Avenida para apreciar o Carnaval da Praia, por isso, defendeu, “não querem continuar a receber migalhas”.

Em relação aos ensaios para o desfile do dia 05, informou que, inicialmente, não tinham um local para treinar e que as ruas do Bairro Craveiro Lopes serviram como um recinto, mas que neste momento foi-lhes disponibilizado o polivalente Djom Pitata, em Achadinha Cima.

AM/ZS

Inforpress/Fim

Facebook
Twitter
  • Galeria de Fotos