Cidade da Praia, 29 Set (Inforpress) – O MpD considera “positivo” os dois anos de mandato da edilidade praiense, mas o PAICV faz uma “avaliação negativa”, considerando que Praia podia estar “muito melhor” sendo que a autarquia recebe mensalmente cerca de 40 mil contos do Governo.
Estas leituras foram feitas pelos líderes da bancada municipal do Movimento para a Democracia (MpD – no poder), Ivan Bettencourt, e do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV – oposição), Vladimir Silves Ferreira, no âmbito do segundo ano de mandato da equipa camarária liderada por Óscar Santos, que se assinala a 30 deste mês.
Ivan Bettencourt avançou que o balanço desses dois anos é “extremamente positivo”, visto que a taxa de execução é “superior a 80 por cento (%)”, com 52 pontos focais de construções em todos os bairros, o que demonstra que a autarquia tem estado a cumprir com as propostas apresentadas na campanha eleitoral.
Das acções implementadas, destacou o sector das infraestruturas com obras de drenagem de água, calcetamento e requalificação de ruas, a nível de acção social com os serviços prestado pelo projecto anjos da noite e casa solidária e os investimentos feitos na protecção civil como o aumento da capacidade dos equipamentos dos bombeiros.
“A nível dos transportes, estamos a fazer um estudo para implementação de um terminal de hiaces que poderá ser na zona de São Filipe ou Achada Grande”, acrescentou Ivan Bettencourt que avançou que a ideia é descongestionar e controlar o trânsito na zona de Fazenda e organizar a cidade.
Por outro lado, considerou que os investimentos e acções feitas a nível cultural têm contribuído para que o sistema cultural seja conhecido e premiado internacionalmente.
O líder da bancada do MpD, que prometeu que a equipa vai continuar a trabalhar para fazer muito mais, realçou o “bom relacionamento” entre o Governo e os municípios, medida essa que, a seu ver, vai contribuir ainda mais para o desenvolvimento do país.
Por seu turno, o líder da bancada municipal do PAICV, Vladimir Ferreira, disse que o balanço é “negativo” visto que a proposta desta equipa era dar continuidade ao trabalho do anterior grupo que era tornar as coisas mais fáceis e melhor.
“A cidade está a evoluir sim. Praia tem um orçamento anual de 2 milhões de contos e a câmara recebe do Governo perto de 40 mil contos por mês, é obrigação da autarquia fazer muito coisa”, sublinhou este responsável, para quem a questão que se coloca é: “se não era possível fazer mais e melhor”.
No seu entender, era possível fazer “muito melhor” para que os munícipes tenham um mercado do coco, um serviço de protecção civil, um sistema de terminais de transportes públicos e um programa de apoio aos jardins infantis.
Vladimir Ferreira reconheceu que no global, Praia continua a crescer e a registrar melhorias em vários domínios, sendo que o que mais se destaca é o sector das infra-estruturas, mas advogou que a privatização da orla marítima da cidade é uma questão que lhe deixa “muito preocupado” enquanto eleito municipal e munícipe.
No seu entender, o “nível de endividamento” do município é uma outra questão “preocupante”, sendo que em 2008 a autarquia tinha uma dívida de 400 mil contos e actualmente essa dívida ascende os 3 milhões de contos, e grande parte dos investimentos está subjacente a um processo contínuo do endividamento do município.
Em termos culturais, destacou as iniciativas implementadas e levadas a cabo pela autarquia, sendo que hoje existe um conjunto de eventos para públicos diferentes, mas sublinhou que já não faz sentido que as câmaras continuem a se envolver na organização dos festivais.
“Os munícipes deviam estar atentos também a um conjunto de iniciativas de parcerias público-privadas que a câmara tem implementado na cidade e que, a nosso ver, nem sempre respeita em primeiro lugar o interesse dos munícipes, como o caso da Praça do Palmarejo que podia ser um projecto melhor em que a essência do espaço como praça não se perderia”, acrescentou.
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