Cidade da Praia, 02 Nov (Inforpress) – O Presidente da República defendeu hoje que o Governo tem de fazer um esforço para encontrar soluções de equilíbrio, por forma a compensar e mitigar os efeitos negativos da subida dos preços dos combustíveis e bens essenciais no País.
Jorge Carlos Fonseca defendeu esta posição, em declarações à imprensa depois de ter recebido em audiência o ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas D’Abreu, esta terça-feira.
De acordo com o Chefe de Estado, o aumento de preços dos combustíveis e de bens essenciais em Cabo Verde tem gerado preocupações e dificuldades às famílias cabo-verdianas, apesar de reconhecer que este problema não afecta somente o arquipélago.
Salientou ainda que há factores que condicionam esses aumentos dos preços que não são totalmente controlados pelo Governo, tendo, no entanto, defendido que mesmo no contexto de muitas dificuldades, o Governo deve implementar medidas que amorteçam os efeitos negativos da subida dos preços.
“Mesmo num contexto de dificuldades, mesmo sabendo que o Governo não controla a subida de preços dos combustíveis, porque isto gera grandes dificuldades às famílias, aos trabalhadores, o Governo deve procurar encontrar e levar a cabo medidas que amorteçam os efeitos negativos da subida dos preços”, declarou.
Jorge Carlos Fonseca acrescentou ainda que dentro daquilo que é possível, o Governo deve fazer um esforço para que haja medidas face à actual situação, tomando como exemplo as medidas adoptadas por outros países que, no seu entender, podem ser aplicadas e adaptadas à realidade de Cabo Verde.
“É bom ver experiências de outros países porque isto não passa somente em Cabo Verde, há medidas e tem que ver se estas medidas possam ser aplicadas em Cabo Verde, se são adequadas, adaptadas, portanto tem que haver soluções porque isto implica realmente dificuldades acrescidas às pessoas”, disse.
Sendo difícil encontrar soluções, concluiu o Presidente da República, o Governo tem de agir no sentido de reduzir os efeitos, mostrando-se por outro lado convencido de que o mesmo irá ponderar e encontrar formas de amortecer esses efeitos.
A Agência Reguladora Multissetorial da Economia (ARME) revelou este domingo que no período de um ano os preços de combustíveis em Cabo Verde aumentaram 60,7%, devido à evolução de preços dos produtos petrolíferos no mercado internacional.
De acordo com a nova tabela, o gasóleo normal passa a ser vendido a 114,60 escudo por litro, a gasolina sobe dos actuais 136,20 para a 142,20 escudos, o petróleo a 97,70 escudos, o Gasóleo para Electricidade 99,40 escudos, gasóleo marinha a 84,40 escudos; o Fuel 380, a 96,30 escudos, fuel 180, a 99,20 escudos por quilogramas (kg).
O gás butano passa a ser vendido a granel por 169,00 escudos kg, sendo que as garrafas de 3kg passam a custar 482 escudos; as de 6kg a 1014 escudos as de 12,5kg a 2112 escudos e as de 55 kg, 9.294,00 escudos.
Em termos percentuais, o gasóleo normal, gasóleo electricidade e gasóleo marinho aumentaram 8,73%, 10,20% e 10,33%, respectivamente. A gasolina e o petróleo aumentaram 4,41% e 10,52% respectivamente.
Os preços do Fuel óleo 180 e Fuel óleo 380 aumentaram 12,22% e 12,63%, respectivamente e o Butano 10,39%, resultando num aumento médio de 9,93%.
Comparativamente ao período homólogo, ou seja, o mesmo período de 2020, a variação média dos preços dos combustíveis corresponde a um aumento de 60,7% e, relativamente à variação média ao longo do ano em curso o é de 22,4%.
A ARME justifica esse aumento generalizado dos preços de venda dos combustíveis no mercado nacional com a evolução de preços dos produtos petrolíferos no mercado internacional.
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