PR destaca na ONU ganhos “consistentes” e “importantes” conseguidos por Cabo Verde na luta contra a covid-19

Cidade da Praia, 22 Set (Inforpress) – O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, destacou hoje na Assembleia-Geral da ONU os ganhos “consistentes” e “importantes” conseguidos por Cabo Verde na redução das taxas de transmissão e de vacinação da covid-19.

O Chefe do Estado fez estas declarações na sua última intervenção no debate geral da 76ª Sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas, sob o tema “Construindo resiliência através da esperança – para se recuperar do COVID-19, reconstruir a sustentabilidade, responder às necessidades do planeta, respeitar os direitos das pessoas e revitalizar as Nações Unidas”, realizado na cidade de Nova York, nos Estados Unidos da América.

Na sua intervenção, Jorge Carlos Fonseca lembrou que Cabo Verde é um pequeno país insular, disperso na faixa atlântica do Sahel e uma “grande nação”, combinando a sua população residente e uma vasta diáspora, espalhada pelos quatro cantos do mundo.

Destacou os progressos que o arquipélago fez desde o período de colonização até a presente data, salientando que o que ajudou Cabo Verde na sua trajetória foi a escolha das vias do multilateralismo, da cooperação internacional e de parcerias estratégicas, a boa governança fundada no Estado de Direito, paz, segurança, promoção e protecção dos direitos humanos, paridade do género e Inclusão e a luta contra a pobreza e a desigualdade.

“O surgimento da covid-19, principalmente o seu impacto sanitário, económico e social, desconstruiu de forma brutal, a economia que vinha crescendo em cerca de 6%, atacando as principais bases de sustentação, como os sectores do turismo, dos transportes e da demanda interna, causando desproteção social, desemprego e aumento da pobreza”, referiu.

Segundo o Presidente da República, a pandemia desregulou os fundamentos da macroeconomia, como a inflação, o défice orçamental, a dívida e a queda vertiginosa do crescimento económico, em suma, gerando uma recessão nunca antes experimentada, traduzindo-se numa redução de 14,8%.

Entretanto, realçou, Cabo Verde não “reagiu com resignação”, mas com “determinação”, tomando de imediato, e a curto prazo, todas as medidas anticrise recomendadas internacionalmente, permitindo assim reduzir as taxas de transmissão e de vacinação da covid-19.

Apontou a recuperação económica como uma prioridade importante para Cabo Verde, principalmente através da retoma do sector do turismo e das economias conexas.

“Com a crise em curso, causada pela pandemia da covid- 19, temos reflectido e referido, amiúde, que ela também é uma crise que encerra oportunidades, interpelando, para o efeito, as gerações em situação de responsabilidade no presente como as futuras, os jovens em primeira linha”, frisou.

O Presidente da República lembrou ainda no seu discurso a participação de Cabo Verde na planificação estratégica, para definir uma visão comum para o horizonte 2030, para retomar o processo do desenvolvimento sustentável, apontando o reforço do alinhamento com os valores e interesses defendidos pelo multilateralismo e por uma ordem mundial assente em regras, com uma organização das Nações Unidas eficaz no seu centro como um dos propósitos de Cabo Verde.

Disse, por outro lado, que para Cabo Verde, os valores da liberdade, paz, democracia e a estabilidade política são basilares para a construção de sociedades mais “justas”, “pacíficas” e “inclusivas”, asseverando que a eficaz actuação que se quer das Nações Unidas requer reformas regulares e coerentes dos seus principais órgãos.

Para Jorge Carlos Fonseca, a revitalização da ONU passa pela necessidade de uma reforma do Conselho de Segurança, que possa conferir uma maior abrangência dos estados-membros na tomada de decisões atinentes à paz e segurança internacionais.

“O futuro que queremos esteve sempre inscrito na Carta das Nações Unidas através dos objectivos que visam mais paz e segurança, protecção e promoção dos direitos humanos e cooperação internacional para a realização do progresso económico, social e cultural de todos, dependendo da realização efectiva desses mesmos objectivos”, ressaltou .

“Por outro lado, as “Nações Unidas de que precisamos” foi sempre um debate entre o que deve fazer e o que pode efectivamente entregar a Organização, residindo a diferença na acção colectiva que possa aproximar tanto quanto possível o poder do dever”, concluiu.

CM/JMV
Inforpress/Fim.

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